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Programa gerido pela Aldeias SOS beneficia 555 crianças de 200 famílias em S. Vicente

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Crianças de 200 famílias residentes na ilha de S. Vicente, noventa por cento das quais chefiadas por mães solteiras, estão a ser beneficiadas por um programa internacional financiado em 550 mil euros pela Herman Gmeiner Found, que teve início em setembro de 2021 e vai decorrer até dezembro de 2024. Gerido pela Aldeias Infantis SOS Cabo Verde através do Centro Social SOS do Mindelo, o denominado “Programa de Reforço Familiar – Melhorando a situação das crianças da cidade do Mindelo” visa proteger um grupo de 555 menores em situação de vulnerabilidade com o empoderamento dos responsáveis dos respetivos agregados.

O foco é incentivar actividades geradoras de rendimento das famílias beneficiárias, facultando às mães o acesso a cursos técnicos. Foi o que aconteceu, por exemplo, com as formações ministradas a 80 mulheres sobre produção de sabonete, processamento de carne e pescado, higiene e segurança. A par disso, a componente parental foi reforçada para poderem responder às necessidades educativas das crianças com uma formação específica.

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Isto porque, como explica Graça Gomes, responsável da Aldeia SOS em S. Vicente, a centralidade do chamado “Programa de Reforço Familiar – SOS Mindelo” são as crianças. Neste sentido, diz, as educadoras precisam estar munidas de conhecimentos para saberem lidar com os filhos.

As famílias abrangidas residem nas zonas da Ribeira Bote, Fonte Filipe, Monte Sossego e Ribeirinha e, conforme dados disponibilizados pelo Centro SOS, foram levados em conta os critérios de vulnerabilidade constantes do Cadastro Social Único. Deste modo, foram escolhidos agregados com elevado número de crianças, famílias chefiadas por mães solteiras e que ganham menos de 1 dólar por dia, a condição da saúde dos membros de cada núcleo… Entretanto, a vontade das mães em participar de forma activa no seu próprio processo de desenvolvimento foi tido como um factor decisivo para a inclusão das mesmas no projecto.

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Em paralelo com este público-alvo, a iniciativa abrange 30 representantes de estruturas/organizações de base comunitária: 16 membros de quatro associações de base comunitária e 14 da rede de apoio à família de parceiros governamentais e da sociedade. Estas entidades funcionam como parceiros primordiais da Aldeias SOS junto das comunidades, estabelecendo contactos directos com as famílias e disponibilizando as suas redes de apoio e serviços. Para o efeito, essas organizações situadas nas referidas zonas foram beneficiadas com investimentos, como aquisição de computadores e criação de praça digital. O projecto propiciou ainda às referidas associações a capacitação em liderança, mobilização social e gestão de projecto, instalação de bibliotecas comunitárias e em organização de campanhas de sensibilização.

Com a implementação do programa, o Centro SOS espera criar uma rede de apoio às famílias dotada de capacidade técnica e operacional, reforçar as competências parentais das famílias e empoderá-las com a criação de actividades geradoras de rendimento estável e, acima de tudo, propiciar melhores cuidados educativos às crianças.  

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O projecto conta, para isso, com o apoio de parceiros como a Associação Comunitária Alto Bomba Unido, Associação Comunitária e Recreativa Criança de Soncent, Associação Solidária dos Intaentas de Fonte Filipe, Associação Comunitária Recreativa e Social de Ribeirinha Debosh de Jôn Debra.

 Usufrui ainda de uma rede de apoio de parceiros locais constituída por instituições como a Câmara de S. Vicente, ICCA, Ministério da Agricultura e Ambiente, FICASE, IEFP, Verdefam, ICIEG, Morabi, OMCV, Polícia Nacional, ONDS e Igreja do Nazareno.

Resultados alcançados

Assente em dois grandes pilares – a capacitação parental e por outro o empoderamento económico das famílias – o programa alcançou os seguintes objectivos em 2022: a capacitação de 30 membros das quatro associações de base comunitária e da rede de apoio à família sobre liderança e governação, cooperativismo e associativismo, mobilização social, parceria e mobilização de recursos e gestão de projeto; 78 famílias formadas em processamento alimentar, confeção de sabão natural e empreendedorismo; reforço dos escritórios das associações parceiras com secretárias, estantes, cadeiras, computadores e biblioteca comunitária; implementação de praças digitais nas zonas onde residem os núcleos abrangidos pelo programa; 40 famílias dotadas de conhecimentos em competência parental; criadas 4 bolsas de trocas virtuais comunitárias; 99 crianças apoiadas na creche do Centro Social do Mindelo e 33 famílias empregadas ou em actividades geradoras de rendimento.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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