Dois cidadãos sírios, um espanhol de origem norte-africana e três residentes da Galiza vão ser julgados na próxima quinta-feira, no Tribunal de Pontevedra, num caso que envolve sete quilos de heroína, uma festa em um hotel e muitas coincidências. Juntos, os seis indivíduos enfrentam uma pena de 42 anos de prisão e milhões em multas por um alegado crime de tráfico de drogas. Mas esta festa levou ainda as autoridades a sinalizarem uma rede de tráfico internacional.
Segundo o Notícias ao Minuto, que cita o jornal La Voz de Galicia, que por sua vez aponta como fonte o Ministério Público, tudo começa em La Zubia, um pequeno povoado de Granada onde vivia o cidadão espanhol Mohamed Larbi el Jebari Janin. O homem chamou dois amigos sírios – Jamal Edin Abdulkader e Omar Sheikh Sanaa – a sua casa onde lhes deu sete pacotes de heroína pesando cada um quilo e 900 gramas. Estes, em dois carros, atravessaram Espanha e acabaram por parar em A Guarda para dormir.
Benigno González, conhecido condenado por roubos e outros delitos, percebeu que algo se passava com os sírios e arrombou-lhes o carro, encontrando a droga. Roubou-a e levou-a até aos colegas Roberto López e Eva María Gómez, todos com antecedentes criminais. Estes decidiram então hospedar-se no 204 do hotel Bruselas, onde consumiriam e decidiriam o que fazer com tanta droga.
O consumo deu-se numa “festa” que, pelo barulho, motivou uma chamada às autoridades. Ao verem o nome da reserva do quarto, Eva, por eles conhecida, perceberam do que se tratava. Mas, ao detê-la, não contavam em descobrir sete quilos de droga. Eva e os companheiros contaram as suas versões e tudo batia certo. Na sequência foram identificados dois homens que estavam hospedados no Hotel Eli Mar, a pouco mais de 350 metros do alojamento escolhido por Benigno e Eva. Entretanto, os sírios, ao descobrirem que a heroína tinham sido roubados do seu carro, desapareceram sem deixar rasto.
Porém Beningo tinha roubado do carro outros pertences como telemóveis e cartões, o que ajudou a polícia descobrir o rasto dos sírios, mas também uma rede de tráfico internacional muito maior do que o esperado. Da análise aos pacotes de droga encontraram 31 impressões digitais: seis ainda não foram identificadas e24 pertencem a Benigno e ao marroquino Mohamed Larbi.
Todos os intervenientes foram entretanto detidos e vão agora a julgamento. As autoridade procuram ainda entender os meandros deste grupo de tráfico de estupefacientes.