A comandante da PN enalteceu esta manhã o “elevado nível de civismo” dos mindelenses demonstrado na quadra natalícia, em particular no dia 31 de dezembro, efeméride que costuma concentrar milhares de pessoas no centro da cidade do Mindelo para assistir ao fogo-de-artifício e participar na festa popular na Rua de Lisboa. Segundo Firmina Melício, a polícia não registou nenhum incidente na ilha de S. Vicente, apesar da moldura humana expressiva nas principais artérias da urbe.
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“A nossa operação teve uma atenção especial ao centro da cidade, por ser o ponto onde a maioria das pessoas costuma celebrar a passagem de ano, mas estivemos com efectivos em locais sensíveis – nomeadamente junto aos bancos, Electra, etc. – e espalhados pelos bairros”, frisa Firmina Melício, para quem S. Vicente soube festejar o S. Silvestre na paz social, o que, acrescenta, facilitou o trabalho das forças de ordem pública.
Entretanto, o início do ano ficou marcado por um acto de agressão à catana no dia 2 contra Henrik Cruz, um jovem de 29 anos, na localidade de Ribeirinha. O caso foi reportado à Polícia Nacional, mas o autor do crime ainda não foi detido. A PN remeteu a ocorrência para o Ministério Público e, segundo Melício, está a aguardar indicações para dar seguimento ao caso. “Essa agressão aconteceu depois das festas e não podemos avançar neste momento com muitos detalhes. Aquilo que sabemos é que o agressor agiu de surpresa e atingiu a vítima numa perna”, diz, adiantando, entretanto, que há fortes possibilidades de o autor ter fugido da ilha de S. Vicente.
Este incidente deixou os familiares da vítima altamente revoltados, a ponto de estarem a pensar em fazer justiça própria, se as autoridades não agirem com celeridade. Em conversa com Mindelinsite, Miculada Cruz, esposa de Henrik Cruz, conta que o marido foi alvo de um ataque quando estava a ajudar o filho a atirar um saco de lixo para um contentor. Um jovem veio por trás e desferiu-lhe um golpe com uma catana numa perna com tal força que lhe decepou o pé. Henrik Cruz, conforme a sua esposa, encontra-se hospitalizado e psicologicamente afectado com o ocorrido, apesar de se mostrar grato por ainda estar vivo.
Esta foi a segunda vez no espaço de dois dias que esse jovem foi atacado por indivíduos residentes na localidade de Ribeirinha, segundo Imaculada Cruz. O primeiro ataque ocorreu no dia 1 de janeiro, quando estavam saindo da festa do réveillon, mas Henrik conseguiu fugir. No dia 2 de janeiro voltou a ser alvo de uma agressão, agora com maior gravidade.
“Tenho estado num vaivém para o hospital, a andar de carro com medo de ser agredida também porque fui ameaçada”, revela Miculada Cruz. Explica que tudo teve origem em dezembro quando alguns jovens estavam a praticar delinquência na zona de Ribeirinha e foram perseguidos pela Polícia Nacional. Acontece, segundo essa fonte, que o pai dela cercou o carro da PN, por estar bêbado, e os jovens concluíram que foi ela quem acionou o serviço de piquete. Assegura, no entanto, que sequer estava presente quando ocorreu essa cena.
Acto seguinte, conta, apedrejaram a sua casa por duas vezes, obrigando-a a apresentar duas queixas, que foram encaminhadas pela PN para o Ministério Público. Miculada Cruz mostra-se preocupada e revoltada com a situação. Afirma que a família quer ver justiça feita com máxima celeridade, antes das coisas piorarem.