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Fabi, um criador minucioso de “dreadlocks” em S. Vicente

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Pode demorar seis a sete horas preparando um cabelo “rasta” com uma agulha de croché, um processo minucioso e cansativo, mas, para Fábio Sousa, essa actividade é uma paixão, além do seu ganha-pão. Faz oito anos que Fabi, como é conhecido, trabalha exclusivamente para dar aos seus clientes um “dreadlock” a condizer com as suas expectativas.

Autodidacta, começou a praticar no seu próprio cabelo. Durante os anos que manteve o seu “rasta” usou a si próprio como laboratório de teste. Lembra-se que um dia foi arranjar o seu “dread” e a agulha de croché usada nesse processo partiu-se. Foi para casa e arranjou o seu próprio material e passou a praticar. O seu primeiro “cobaia” foi um amigo, mas não se preocupou muito com a estética. Satisfeito mesmo assim como o resultado, viu que podia aprimorar a sua técnica e quem sabe se estabelecer nesse ramo de actividade.

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Preparar um “dreadlocks” exige paciência e facilidade de manejo das agulhas escolhidas para o trabalho. Primeiro é preciso preparar o cabelo com uma boa lavagem. Com o cabelo desfiado e repartido começa o processo de enrolamento com recurso a uma agulha de croché. “Há diferentes tipos de agulhas, de duas, três cabeças, etc.”, informa Fabi, 30 anos de idade. O resultado depende do pedido do cliente, que pode querer tranças grossas ou finas e um determinado estilo de penteado.

Apesar de ser a técnica mais procurada em S. Vicente por homens e mulheres, hoje já é possível conseguir um rasta sem recurso às agulhas. “Já há métodos mais rápidos, menos cansativos e mais baratos com produtos naturais, como ceras”, revela Fabi, que faz ainda manutenção do cabelo e coloca extensão, praticando preços que vão dos dois mil aos quatro mil e quinhentos escudos. O penteado pode durar dois a três meses, desde que bem tratado, segundo essa fonte.

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Trabalhador independente, Fabi tem já a sua clientela e vai conquistando outros através das redes sociais ou de contactos directos. Afirma que é procurado também por turistas e que tem no seu lote de clientes os artistas Tchalé Figueira, Mick Lima, Dj Télio e o actor brasileiro Paulo Lessa.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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