Morreu ontem um dos alegados mandantes da tentativa de golpe de Estado em São Tomé e Príncipe, Arlécio Costa, e quatro assaltantes do quartel, segundo informações avançadas pela agência de notícias portuguesa Lusa. São Tomé e Príncipe foi palco de uma tentativa de golpe de Estado, na madrugada de ontem, entretanto neutralizada pelas forças armadas. O Governo de Cabo Verde já condenou, de forma veemente, esta tentativa de golpe.
Ainda não se conhece as causas destas mortes. São Tomé e Príncipe foi palco de uma “tentativa de golpe de Estado”, declarou ontem, em conferência de imprensa, o primeiro-ministro Patrice Trovoada, assegurando que “a calma regressou” ao país. Tudo indica” que o ataque ocorreu “a mando de algumas personalidades”, declarou, ainda, o chefe de governo, anunciando a detenção de seis homens, entre os quais, o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves e de Arlécio Costa, antigo oficial do ‘batalhão Búfalo’ que foi condenado em 2009 por uma alegada tentativa de golpe de Estado.
Em declarações à Lusa, fonte ligada ao processo avançou que os militares levaram Arlécio Costa para o quartel, onde veio a morrer, com causas por explicar. Quanto aos assaltantes, encontravam-se numa sala no quartel como reféns e ficaram feridos quando os fuzileiros fizeram explodir a porta.
O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), maior partido da oposição são-tomense, condenou forma veemente, a alegada tentativa de golpe de Estado. Em comunicado, o partido demarca-se da “acção covarde de alteração da ordem constitucional” e manifesta “solidariedade os militares que em defesa da pátria foram feridos nesta bárbara acção”.
O partido liderado por Jorge Bom Jesus exorta a população “para se manter calma e serena para que este acontecimento não venha a beliscar” a democracia e “a paz social que sempre foram características dos são-tomenses”.
Também o Governo de Cabo Verde diz estar a acompanhar com preocupação a situação, criada pela tentativa de golpe de estado protagonizada por um grupo de militares. Diz ainda condenar veementemente esta tentativa de sublevação da ordem constitucional, ponto em causa a vontade popular livremente expressa nas urnas.
“O Governo de Cabo Verde manifesta a sua inteira solidariedade às autoridades de São Tomé e Príncipe e espera que a normalidade institucional e a estabilidade possam ser imediatamente retomadas em São Tomé e Príncipe, repondo os valores fundamentais do Estado de Direito democrático”, conclui a nota.