A presidente do Sindicato dos Trabalhadores de S. Vicente, criado no passado mês de agosto, apelou ao seu homólogo da União dos Sindicatos de S. Vicente para unirem esforços em prol dos associados, em vez de estarem em brigas em trincheiras opostas. Eurídice Silva Lopes lançou o repto esta tarde numa conferência de imprensa solicitada para responder às “provocações” de Tomás de Aquino, que questionou a legalidade da direção da novel organização sindical, que foi apresentada oficialmente no dia 5 com a presença da Secretária-Geral da UNTC- Central Sindical.
Segundo Eurídice Lopes, esse contacto com os jornalistas visou esclarecer a sociedade civil e os trabalhadores das acusações “gratuitas e gravosas” feitas por Aquino contra o STSV e à sua pessoa. Isto porque o presidente da USV chegou a afirmar que Eurídice Lopes é vice-presidente do Sindicato da Indústria, Comércio e Serviços (SICS), eleita em novembro de 2020, pelo que, à luz do Código Laboral, não pode ser membro e presidente de duas organizações sindicais em simultâneo.
“Quanto à legalidade da minha pessoa enquanto presidente do STSV, o sr. Tomás de Aquino está desprovido de quaisquer informações sobre o mesmo. Aproveito para informa-lo que não pertenço mais ao SICS, conforme consta do pedido de desvinculação entregue ao SICS”, assegura essa dirigente sindical, que apresentou um documento aos jornalistas para sustentar a veracidade desta informação. Eurídice Lopes afirma que está de féria sem vencimento desde junho e que remeteu o seu pedido de desvinculação no dia 1 de agosto. O mesmo, diz, foi logo aceite e tem efeito imediato.
A responsável do STSV aconselha Tomás de Aquino a se preocupar com os problemas dos trabalhadores do seu sindicato Simetec, ao invés de atacar o STSV. Para ela, esse tipo de comportamento não devia fazer escola entre os sindicalistas. Eurídice Lopes enfatiza que os sindicatos devem ser, sim, reivindicativos, pedagógicos e dialogantes e prometeu nunca mais responder às “provocações” do presidente do USV. Como diz, está apenas a perder tempo precioso que podia usar para estar a trabalhar em prol do novo sindicato.
Segundo essa fonte, a sede da UNTC-CS, de onde o USV foi despejado há cinco meses devido a conflitos com a presidente da Central Sindical, tem espaço para albergar todas as organizações existentes em S. Vicente, mas desde que respeitem e cumpram os ditames da central sindical. “Nós estamos sediados no edifício porque respeitamos a UNTC-CS”, pontuou, para depois apelar a uma união de forças entre todos os sindicatos a bem da defesa dos interesses dos trabalhadores.
Eurídice Lopes garante que já endereçou essa mensagem ao presidente da USV e que está disposta a fazer isso pessoalmente. Na sua perspectiva, deviam marcar uma reunião e discutir os problemas de modo a encontrarem um ponto de convergência.
Questionada se há equipamentos da USV retidos na sede da UNTC-CS, tal como afirma o presidente da USV, Eurídice Lopes disse que não está em condições de responder a essa pergunta. Lembrou, entretanto, que há uma responsável da central sindical em S. Vicente que responde por todas as questões da UNTC na ilha.