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FBI fez buscas na residência de Trump na Flórida

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O ex-presidente dos Estados Unidos Donal Trump afirmou que agentes do FBI, o departamento federal de investigação, fizeram buscas ontem em sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida, numa operação que chamou de “má conduta judicial”.

O Departamento de Justiça e o FBI se recusaram a comentar as buscas. Mas Eric Trump, um dos filhos do ex-presidente, disse à Fox News que a operação estava ligada a uma investigação sobre documentos confidenciais que Trump levou da Casa Branca. Fontes familiarizadas com o assunto confirmaram a informação à imprensa.

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A busca na casa de um ex-presidente marca uma escalada significativa no inquérito sobre os documentos confidenciais, que é uma das várias investigações contra Trump ligadas ao período em que ele comandou a Casa Branca ou a seus negócios privados.

Em nota, Donald Trump afirmou que sua propriedade estava “sendo sitiada, invadida e ocupada”, sem mencionar os motivos das buscas. “Após trabalhar e cooperar com as agências do governo competentes, esse ataque não anunciado à minha casa não era necessário ou apropriado”, declarou. “Eles até arrombaram meu cofre!”

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Segundo a Fox News, o magnata não estava no resort no momento da operação e publicou uma foto que mostrava o ex-presidente saindo da Trump Tower, em Nova York. Trump, que se mudou para Mar-a-Lago após deixar a Casa Branca em janeiro de 2021, geralmente passa os verões em seu clube de golfe em Bedminster, Nova Jersey, uma vez que o resort normalmente fecha para o verão.

Quem autorizou as buscas

Nos EUA, qualquer busca em uma residência privada precisa ser aprovada por um juiz, depois que o órgão competente de investigação demonstrar uma causa provável para justificar a operação. Provavelmente a busca teria que ser aprovada também pelo diretor do FBI, Christopher Wray, que foi indicado por Trump, e pelo chefe dele, o Procurador-geral Merrick Garland, nomeado por seu sucessor, Joe Biden.

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Apoiadores democratas de Biden têm criticado Garland por ser cauteloso ao investigar Trump sobre suas tentativas de reverter sua derrota nas eleições de 2020. Um funcionário da Casa Branca disse que o presidente americano não foi avisado com antecedência sobre as buscas na Flórida e encaminhou perguntas ao Departamento de Justiça. “Não se engane, o Procurador-geral teve que autorizar”, disse Phillip Halpern, ex-Promotor especializado em casos de corrupção. “Isso foi uma coisa grande, e cada pessoa na cadeia [de autoridades] teria que assinar”.

A investigação

Em fevereiro, o arquivista David Ferriero informou à Câmara dos EUA que a Administração Nacional de Arquivos e Registros esteve em comunicação com Trump ao longo de 2021 sobre a devolução de 15 caixas de registros. Ele finalmente as devolveu em janeiro de 2022. À época, o Arquivo Nacional ainda estava realizando um inventário, mas observou que algumas das caixas continham itens “marcados como informações confidenciais de segurança nacional”.

Segundo afirmou em abril uma fonte familiarizada com o assunto, o Departamento de Justiça então abriu uma investigação contra Trump por ter levado os documentos para a propriedade na Flórida. De referir que uma lei federal chamada Lei de Registros Presidenciais dos EUA exige a preservação de memorandos, cartas, notas, e-mails, faxes e outras comunicações escritas relacionadas aos deveres oficiais de um presidente.

C/ Agências Reuters, AP e AFP

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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