Os adolescentes que participarem na próxima edição do campus de verão da Aminga deverão passar a fazer serviços comunitários. Este é um dos requisitos adoptados pela organização e que já comunicou essa ideia aos alunos. Aliás, já no dia 30 deste mês, um grupo vai ajudar a organização Biosfera I na limpeza de praias de mar, em S. Vicente.
Segundo Zina Gomes, o propósito é incentivar esta geração a doar algo à sua comunidade de forma voluntária. “Assim como criamos um campus gratuito, essas crianças também podem sentir essa gratificação que é fazer algo positivo em prol da sociedade, sem pedir nada em troca”, diz a coordenadora do projecto Aminga.
Pedida para fazer um balanço da segunda edição, Zina Gomes praticamente só viu pontos positivos. E o primeiro é simples: “aconteceu!”, exclama. A partir deste ponto de partida, prossegue, foi uma catadupa de acontecimentos que a deixaram satisfeita: a partilha de conhecimentos entre os professores e alunos, a amizade sincera, o reconhecimento dos pais do impacto que esse campus teve na vida dos educandos, o próprio sentimento de gratidão dos técnicos…
“Fomos mais ousados e mais que duplicamos a participação dos alunos, com a presença de 118 inscritos. Trouxemos staff novo e introduzimos a modalidade de andebol no currículo… Tudo isso exigiu mais logística e organização”, enfatiza Zina Gomes. Segundo esta porta-voz, o campus foi orçado em 60 mil dólares e conseguiram apoios de particulares e instituições que foram fundamentais para a sua concretização.
O próximo evento está garantido. Será de novo em S. Vicente e no mês de julho. As metas vão continuar sendo as mesmas, mas com melhorias. Como diz, poder ver as crianças aprendendo coisas novas, importantes na vida, já justifica o esforço.
Este ano, a organização quis introduzir as disciplinas de robótica, resolução de problemas e direitos humanos. Teve que cancelar tudo por falta de professores. Mas Zina Gomes espera incluir essas aulas na terceira edição.
Por enquanto, o campus vai continuar a ser realizado na ilha de S. Vicente e manter o foco em andebol, basquete e voleibol, as três modalidades praticadas pela família Gomes. O evento, segundo essa mentora, só irá para outras paragens quando for sedimentado. No entanto, acha que seria interessante possibilitar a participação de crianças e jovens de outros municípios. Para isso teria que haver mais patrocínios e a disponibilidade de um espaço de acolhimento.