Há dois anos em Cabo Verde a trabalhar no ramo social, a Associação T’Success [Turn on Success] quer estreitar relações com a Organização das Mulheres de Cabo Verde, apostando nas formações. Uma parceria que poderá em curto prazo resolver algumas necessidades levantadas na OMCV e fomentar o investimento luso em Cabo Verde.
“Estamos a ver que falta na OMCV mais equipamentos informáticos e mais capacitação para a parte da costura; também tentamos ver algumas empresas em Portugal que queiram vir para cá para criar os próprios negócios. Com o apoio das formações que ministram aqui, acho que não é um projeto para daqui a um ano, acho que isso até pode ser muito mais fácil”, garante Liliana Cunha.
As ações desenvolvidas pela organização são feitas tendo em conta uma rede de amigos que ao longo do tempo vão conseguindo. “Temos uma rede de amigos e de empresas que apoiam tanto em Cabo Verde como em Portugal e, quando conseguimos apoios, publicamos nas redes sociais e surgem outros amigos que se oferecem também para ajudar”, reforça Bruna Ferreira, outro membro ativo.
Em Portugal, de acordo com a Contabilista e consultora Liliana Cunha, a rede de amigos também funciona e trabalha mais com pessoas que são vítimas de violência doméstica ou com outros problemas e a T’Success faz o levantamento dos problemas e, em conversas com amigos, decidem o que fazer.
“Há empresas que querem entrar, mas temos o projeto em andamento, fazemos todo levantamento do que é preciso, porque, não sei aqui, mas em Portugal há muita descredibilização do destino do dinheiro. E isso não queremos, foi por isso que começamos o projeto a pedir os produtos, em vez de dinheiro, porque o dinheiro nunca se sabe para onde é canalizado”.
Neste momento, de acordo com Liliana estão a tentar envolver as empresas, anunciando os projetos e as empresas decidem o tipo de ajuda que pretendem prestar. “Agora que estamos a estreitar mais as nossas relações, por isso que Liliana veio, para podermos firmar, para que a delegada da OMCV (Fátima Balbina) perceba que queremos algo muito sério, conhecerem-se uma à outra e assinar protocolos”, explica Bruna.
Acrescenta que o que queria fazer com a OMCV-SV é o levantamento das necessidades para nos próximos tempos conseguirem até capacitar as pessoas que necessitam de ajuda. Divulgar os programas e implementar novos cursos para capacitar os jovens e dar-lhes mais autoestima.
Nestes dois anos, a OMCV foi a única associação com a qual este grupo já trabalhou, sendo os apoios canalisados diretamente às pessoas. “Há uma jovem que se chama Maira que faz o levantamento de quem precisa de ajuda e juntamos o que a pessoa precisa – seja em roupa, comida, um saco de cimento … – e entregamos. Houve uma mulher cujo filho tinha que ir fazer hemodiálise em Portugal, já tinha passagem, mas precisava de alimentos específicos para a criança, que são mais caros e nesta fase tivemos apoio de algumas pessoas daqui e de Portugal em dinheiro e fomos comprar ao supermercado”, garante Bruna.
Esta ONG tem no seu histórico ajudas com cabazes alimentares, materiais escolares, vestuários e calçados nas ilhas de São Vicente e de Santo Antão, querendo ajustar no plano de ação desafios lançados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia.
Sidneia Newton