A associação Simabô está à procura de soluções para acomodar 130 cães que vivem actualmente no canil improvisado nas antigas instalações da fábrica Cape Verde Chothing, na zona industrial do Lazareto. Segundo Sílvia Punzo, o espaço será colocado em hasta pública no dia 9 de maio, pelo que deverá entregar esse pavilhão ao novo dono. O problema, diz, é saber qual o destino dos animais abrigados e cuidados durante oito anos e que têm esse lugar como sua casa.
“Se vamos ter de entregar o canil num espaço de tempo muito curto não podemos pura e simplesmente abrir a porta e colocar 130 cães de repente na rua. Muitos deles cresceram nesse espaço. Temos de cerca de 80 residentes que estão lá há alguns anos, animais que não foram adoptados porque estão velhos, doentes, cegos, com as patas quebradas, etc.”, revela a fundadora da instituição, para quem o mais natural é esses cães continuarem a regressar ao canil mesmo estando na rua.
Segundo Silvia Punzo, a associação está empenhada em encontrar as soluções possíveis tendo em conta a complexidade do problema. Além de tentar negociar um outro espaço com a Câmara de S. Vicente, está a pedir às pessoas para fazerem adopção em Cabo Verde e na emigração. Outro apelo é que surjam famílias de acolhimento temporário em C. Verde até os animais serem enviados para o estrangeiro, um processo que pode demorar quatro meses. A gestora da associação mostra-se satisfeita com a resposta dos emigrantes, em particular os residentes nos Estados Unidos, que se mostram abertos a receber alguns animais. Aliás, 3 já seguiram viagem para o seu novo destino.
Porém, a solução ideal para esse problema, na perspectiva de Silvia Punzo, é a disponibilidade de um novo espaço, mas que tenha capacidade para albergar um grande número de cães. Explica que o canil municipal é bastante exíguo, tem apenas 11 pequenos quartos e cada um pode receber no máximo 2 cães adultos ou 3 pequenos. A esperança da associação é que a autarquia mindelense possa dar uma grande ajuda na resolução desse caso, que acaba por dizer especial respeito a toda a sociedade mindelense.
Devido a essa situação, o canil vai evitar receber mais cães, a não ser por curtos períodos. É que, apesar dos apelos feitos pela associação, esses animais continuam a ser atropelados nas estradas quando não caem do terraço das casas. Além disso, diz, há pessoas que abandonam animais adultos e bebés na clínica e no canil da associação.
Por norma, os cães sob os cuidados da Simabô são castrados. Desde a sua existência a associação já fez 16 mil castrações. A estimativa para este ano aponta para 2.500 animais castrados e só no primeiro trimestre já concluíram 1.015 casos.
Silvia Punzo assume que a associação é que decidiu usar o pavilhão da Cape Verde Clothing como canil. O espaço estava abandonado e a ser vandalizado, pelo que a Simabô tomou essa iniciativa. Deste modo, quatro funcionários e um guarda noturno passaram a preservar o local e aumentou o acolhimento de animais. Ao ponto de terem neste momento 130 cães sob os seus cuidados. Se o novo dono exigir a entrega do espaço, a associação terá de colocar na rua os animais que não forem adoptados ou inseridos em famílias de acolhimento.
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