Dezenas de trabalhadores concentraram-se esta manhã em frente aos escritórios da construtora Armando Cunha para exigir explicações da empresa sobre o facto de terem recebido apenas metade dos seus salários há cerca de uma semana. Segundo António Mendes, o pessoal dos estaleiros e de obras resolveu tomar essa iniciativa com o intuito de entender o motivo desse corte inusitado nos vencimentos. O grupo aproveitou ainda para pedir explicação sobre o atraso no envio das contribuições ao INPS, que, segundo essa fonte, já atingiu os cinco meses acumulados.
“Esta concentração foi esporádica e partiu do pessoal dos estaleiros. Viemos cá obter esclarecimentos sobre o pagamento de apenas metade do nosso salário e sem aviso prévio. Acho que faltou comunicação porque não teríamos a necessidade de largar o posto de trabalho se tivéssemos sido informados atempadamente da situação e dos motivos”, diz Tó Mendes.
Segundo este funcionário da Armando Cunha, acabaram por ser recebidos por um responsável da empresa que lhes deu a garantia do pagamento da outra metade do salário até a próxima quinta-feira. Os trabalhadores foram informados que isso aconteceu devido a dificuldade da empreiteira em cobrar dívidas junto de outros clientes.
Esse atraso, segundo Edson Varela, vai acentuar os problemas dos trabalhadores, nomeadamente dos serventes, que recebem catorze contos mensais. Enfatiza este manobrador que esta é a primeira vez que isso acontece, mas entende que vai afectar a motivação dos operários.
O Mindelinsite tentou ouvir a empresa Armando Cunha, mas fomos informados que o responsável estava ocupado e que contactaria o jornal assim que terminasse um encontro. Até o momento da publicação desta notícia isso não tinha acontecido.