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Jovem agredida com oito facadas aliviada com prisão do ex-namorado

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A jovem Rosiane Nascimento Monteiro, de 23 anos, que foi agredida com oito facadas alegadamente pelo seu ex-namorado nos primeiros dias deste mês de dezembro, disse estar aliviada com a prisão preventiva do mesmo, decretada pelas autoridades judiciárias competentes na passada sexta-feira. Lamenta, no entanto, que esta detenção tenha acontecido somente após a denúncia na imprensa, cerca de duas semanas após a tentativa de homicídio.

Ao Mindelinsite, a jovem confessou que vivia com medo do ex-namorado voltar para finalizar a sua intenção. “Fui agredida no dia 03 de dezembro. Apresentei uma queixa na Polícia Nacional e na Polícia Judiciária, mas nada aconteceu. O meu ex-namorado continuava a fazer a sua vida normal e não mostrava qualquer arrependimento. Eu e a minha família vivíamos com medo. Agora sim, estou mais descansada”, afirmou.

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Segundo Rosiane, não foi a primeira vez que o ex-namorado a agrediu. Da primeira vez, conta, foi espancada e, de imediato, apresentou uma queixa e o processo está pendente no Tribunal. Só que agora foi mais grave. “Além das oito facadas, o meu ex-namorado me ameaçou de morte. Não sei quantos pontos levei porque a preocupação do médico era fechar as feridas porque eu estava a perder muito sangue. Foram quatro facadas nas pernas, três nas costas e uma nas mãos. E acredito que podiam ser mais se não tivesse reagido. Limitei a defender-me”, desabafa.

Mas este é um momento que esta jovem diz não esquecer. “Fiquei com trauma. Fico a repetir a agressão na minha cabeça vezes sem conta como um flash. Sempre que estou quieta em um lugar, volto a reviver o momento. É complicado. Também questiono o mundo sobre outros desfechos, por exemplo, poderia estar morta neste momento”, declara Rosiane, para quem esta agressão aconteceu porque o ex-namorado não aceitou o final da relação.

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Aliás, afirma, o antigo namorado também ameaçou o seu actual companheiro, que também foi obrigado a apresentar uma queixa na Polícia Nacional. “Namoramos durante cinco anos e ele nunca foi agressivo. A violência começou no final do namoro. Felizmente nunca tivemos filhos. Mas a situação era difícil porque somos vizinhos aqui na Ribeirinha e ele conhecia a rotina da minha família. Por isso, o medo de que ele voltasse a me atacar.”

Segundo a jovem, o único momento em que o ex-namorado mostrou alguma reação foi quando estava internada no hospital e este lhe telefonou para pedir desculpas e dizer que estava arrependido. “Ele disse-me ainda que me amava. Mas não acreditei no arrependimento e nem no seu amor. Sei que este é um comportamento dos agressores. Não quis conversa. Já a minha família está revoltada, principalmente minha mãe que ficou frustrada com a lentidão das autoridades.”

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Estas, diz, só reagiram depois que denunciou a tentativa de homicídio na comunicação social e alertou para o risco que corria. “Um dia depois da minha entrevista na televisão, as polícias Nacional e Judiciária estavam aqui na zona à procura do meu ex-namorado. Ele foi detido na última quinta-feira e, logo no dia seguinte, foi decretada a sua prisão preventiva.”

Esta informação vai ao encontro de uma nota emitida pela Polícia Judiciária sobre a detenção de um individuo de 29 anos, suspeito de um crime de homicídio na sua forma tentada, contra a ex-namorada. A nota diz apenas que o detido foi presente às autoridades na sexta-feira para primeiro interrogatório, tendo-lhe sido aplicado prisão preventiva.  

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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