Anilton Andrade, vereador do pelouro de Protecção Civil, confirma que uma idosa acidentada foi transportada para o hospital na caixa de um carro porque os bombeiros estão sem uma única ambulância operacional. Mas garante que o serviço teve a preocupação de criar condições mínimas para fazer o serviço com um “bocadinho de dignidade”. Andrade aproveitou para pedir desculpas aos munícipes e principalmente à idosa e aos familiares.
De acordo com este autarca mindelense, o transporte da idosa para o Hospital Dr. Baptista de Sousa foi feito em uma carrinha porque neste momento estão com cinco ambulâncias paradas por avarias. “Na sexta-feira, no final do dia, recebi uma comunicação do Comandante dos Bombeiros de São Vicente a informar que iríamos ficar sem ambulância porque o último estava com problema de aquecimento. Fizemos contacto com a direcção do HBS, que nos cedeu mais uma ambulância – já estávamos a utilizar uma outra do hospital, que teve um problema com um turbo. Foi esta segunda ambulância do HBS que veio a avariar-se também e ficou inoperacional ontem”, revela Anilton Andrade.
As viaturas foram enviadas para a oficina da CMSV mas, de acordo com o vereador, não há solução no mercado em termos de aquisição de peças para se repor na viatura. “Desde ontem estamos a fazer os contactos e hoje, por volta das 14 horas, deve chegar um primeiro kit de reparação e esperamos, até o final do dia, ter pelo menos uma ambulância em serviço”, clarifica, deixando claro que vai continuar a enveredar esforço no sentido de reparar as demais viaturas, pelo menos enquanto espera a aquisição de uma ambulância nova, que já está orçamentada, para se resolver o problema.
Aquisição de uma ambulância nova
Para o efeito, prossegue, a Câmara de São Vicente aprovou uma verba de 5 mil contos, montante que se destina a aquisição de uma ambulância de suporte avançado. “Está no nosso orçamento para 2021. Enquanto não adquirirmos esta ambulância, naturalmente continuaremos a ter problema. Felizmente, temos recorrido aos bons ofícios das instituições, nomeadamente do HBS e clínicas com os quais temos acordos e protocolos para dar cobertura nestas situações. E pontualmente estes nos têm apoiado”, assevera.
Hoje, por exemplo, já foram feitos contactos com o HBS, que disponibilizou a única ambulância que tem disponível para apoiar em situações pré-hospitalar. Também a clínica Urgimed aceitou ceder a sua ambulância para determinados atendimentos. “É certo que estas instituições não podem deixar as suas ambulâncias ao nosso serviço, porque também têm os seus atendimentos e ficariam desfalcados. Por isso reiteramos que este problema só será colmatado com a aquisição de uma ambulância nova.”
Na busca por alternativas, Anilton Andrade confessa que também já se reuniu com alguns empresários de São Vicente para dialogar sobre um possível financiamento de uma ambulância para a ilha. A resposta foi positiva, mas lembra que estes estão a sair de uma situação de Covid-19 em que foram severamente castigados. “Enquanto vereador tenho conhecimento das dificuldades que o quartel dos bombeiros enfrenta a todos os níveis. E estamos a fazer tudo para os minimizar. Temos feito bons contactos com fabricantes na Europa, no sentido de fazer a aquisição da ambulância e de outros meios, mas é verdade que a CMSV ainda não concretizou a compra.”
São dificuldades que persistem ao longo de muitos anos em termos de equipamentos e viaturas para os Bombeiros de São Vicente e que já deviam estar resolvidos, desabafa este autarca, que diz estar também à espera desta resolução. Enquanto isso aproveita para pedir “sinceras desculpas” aos munícipes em geral, em particular à idosa e aos familiares, em seu nome e no da CMSV, e garante que está a enviar todos os esforços para que a situação não se repita.