Alunos de uma turma que concluiu o curso básico de cozinha em 2018 afirmam que, decorridos 3 anos, aguardam ainda a entrega do competente certificado pela delegação do IEFP em S. Vicente, demora que consideram excessiva e incompreensível. Em contacto com o Mindelinsite, relatam que pagaram 28 contos pela formação e mais mil escudos pelo certificado, mas sentem que esse dinheiro foi literalmente jogado fora. É que, sem o certificado, é como se não possuem as competências nessa área.
“Precisamos do certificado para comprovar que fizemos essa formação quando vamos procurar trabalho. No meu caso, entregaram-me uma declaração para poder fazer um serviço pontual”, relata Sandra Reis, que se mostra indignada. Esta mãe realça que fez um esforço enorme para custear o curso, mas sente-se prejudicada com o tempo consumido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional para lhe entregar um mero certificado. “Fiz o estágio e ando à procura de emprego. Sem o certificado as coisas ficam mais difíceis”, reclama.
Segundo esta fonte, uma colega contactou o atendimento do IEFP no Mindelo e o coordenador do curso por diversas vezes e chegou a fazer uma reclamação escrita para a directora do serviço, mas foi informada que o processo ainda estava em andamento. “Ela ficou revoltada, e com razão. Como é possível fazerem uma formação em 2018 e agora em finais de 2021 virem dizer que o processo de atribuição do certificado ainda está em andamento?!”, critica.
Alexandre da Luz é outro aluno inconformado com essa situação. Segundo este jovem, o mais revoltante é o facto de o IEFP-Mindelo ficar a atirar “responsabilidade” para a sede, na cidade da Praia. “Como é possível um centro ter competência para realizar um curso em S. Vicente e ficar dependente da Praia para emissão de um mero certificado?!”, exclama Alexandre da Luz, que chegou a solicitar uma declaração do curso e foi-lhe negado. O jovem enfatiza que fez foi difícil reunir quase 30 contos para a formação para agora ficar à mercê dos caprichos do IEFP.
Abordado pelo Mindelinsite, Sandra Galina assegura que, enquanto responsável do IEFP no Mindelo, analisa e dá seguimento a todas as reclamações que lhe são remetidas. No caso em concreto, diz, lembra-se da reclamação de apenas uma aluna e que mereceu uma resposta escrita de imediato. E confirma que disse na nota que o processo dessa reclamante estava em andamento na cidade da Praia.
“Tanto assim que o seu certificado já está connosco. Temos tentado entrar em contacto com essa pessoa, mas tudo indica que o seu telefone está com problemas”, informa Cláudia Galina, que aproveita para pedir aos restantes elementos para contactarem o IEFP e confirmarem se os certificados já chegaram.
Cláudia Galina reconhece que 3 anos é um tempo excessivo para a entrega de um certificado. Segundo esta gestora, que assumiu o IEFP em S. Vicente em 2019, um ano depois do referido curso, algo de anormal terá acontecido porque formandos de cursos mais recentes já receberam os seus certificados. Por isso ela comprometeu-se a verificar o que se passa e fazer de tudo para agilizar esse processo.
Questionada do motivo de o Instituto fazer um curso em S. Vicente e ficar a aguardar o certificado da cidade da Praia, Galina responde que encontrou essa norma quando assumiu essa função e que isso se aplica a todas as ilhas. Adiantou, entretanto, que o Instituto está a preparar uma plataforma digital, que está na última fase de experimentação, para passar a emitir os certificados. Até lá, Galina entende que esse procedimento precisa, na realidade, ser mais célere.