A organização da sétima edição de “Volta a Djêu” em natação espera encontrar amanhã condições do mar ideais para a travessia, que este ano conta com o número recorde de 26 participantes. Segundo Jandir Pina, presidente da Associação de Natação de S. Vicente, as ondas devem atingir 1,5 a 1,7 metros o que é considerado satisfatório para uma prova em águas abertas.
Apesar das previsões, diz Jandir Pina, se o tempo mudar, as autoridades marítimas podem suspender essa actividade e passa-la para outro dia. Aliás, recorda David Monteiro, organizador e competidor, esta situação chegou a acontecer há três anos. O mar estava demasiado “picado” e a travessia mudada para o dia seguinte.
Por enquanto está fora de questão mudar o mês da realização de “Volta a Djêu” para, por exemplo, Agosto, um mês com mar mais tranquilo. A primeira edição chegou a acontecer nessa data, mas depois foi pasado para entre meados e finais do mês de setembro, deixando agosto para o Remex. Porém, excepcionalmente, acontece este ano em outubro. David Monteiro explica que isto ocorre por causa da prova nacional em águas abertas realizada há cerca de duas semanas na ilha do Sal. A organização entendeu dar um tempo de recuperação aos competidores de S. Vicente que participaram e ao campeão nacional, que vai também fazer a travessia Lajinha/Djêu/Lajinha.
Dos 26 concorrentes, 17 são de S. Vicente, 2 de Santiago, 1 de Santo Antão, 2 da Boa Vista, 1 de S. Nicolau, 1 do México, 1 do Senegal e 1 de Portugal, sendo que estes últimos três atletas residem na cidade do Mindelo. Apenas uma mulher faz parte da lista dos competidores. O atleta mais jovem tem 23 anos e o mais velho 59, neste caso io cabo-verdiano António da Cruz, mais conhecido por Rô d’Interart.
David e Jandir asseguram que os nadadores têm estado a treinar na baía da Lajinha e que estão preparados para fazer o percurso, mas cientes das dificuldades que irão enfrentar entre a ponta de Jôn Ribeiro e Djêu. Este trecho é em mar aberto, com ondulação mais forte e pode desgastar os atletas físicamente. A estimativa da organização é que o primeiro atleta a pisar a areia da Lajinha deva fazer cerca de duas horas entre ida e volta.
Por enquanto a Volta a Djêu é uma travessia feita por mera paixão. Quem participa não recebe nenhum prémio. Porém, a ANSV está a trabalhar num projecto que visa acrescentar o aspecto competitivo a essa prova. Segundo Jandir Pina, o evento passa a ter participantes que fazem apenas a travessia e os competidores propriamente dito.
A ideia da associação é inscrever a travessia como prova nacional e internacional, pelo que espera contar com o apoio do Comité Olímpico Cabo-verdiano, o Instuto da Juventude e do Desporto e as federações nacional e internacional. O presidente da ANSV considera que esse evento preenche todos os requisitos para ser inscrito como prova de nível internacional, visto que ultrapassa os 5 quilómetros mínimos exigidos pela federação internacional da modalidade.