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USV pede suspensão do aumento da electricidade ou pode convocar manifestação com outros sindicatos

A União dos Sindicatos de S. Vicente está disposta a juntar forças com outras organizações e, se preciso for, partir para uma manifestação contra o aumento do custo da energia eléctrica anunciada pela agencia de regulação ARME. Em conferencia de imprensa esta manhã, Tomás Aquino anunciou que a USV, enquanto membro da “Plataforma Sindical – Unir e Resgatar a UNTS-CS”, manifesta desde já a sua abertura e disponibilidade para, em caso de necessidade, aliar-se a outros sindicatos para prepararem em conjunto as “formas de luta” que forem convenientes. Pedido para ser mais específico, exemplificou com um protesto nas ruas.

Para poder evitar esse cenário, o Governo deve, segundo essa união sindical, suspender a aplicação do aumento do preço da energia eléctrica, estimado em 37%, “por ser socialmente cruel e injusta e economicamente insustentavel, tanto para os trabalhadores como para a população”.

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Caso essa medida seja aplicada a partir de 1 de outubro, a USV propõe ao Governo que seja declarado o fim imediato do lay-off, passando os trabalhadores nessa condição a auferirem a totalidade do seu salário, e não apenas 70 por cento. Além disso, essa união sindical defende o aumento salarial para os funcionários da Administração Pública, como também para as empresas públicas e privadas.

“É bom não esquecer que, desde 2011, os salários na Função Pública estão congelados e que, durante esse lapso de tempo, os trabalhadores cabo-verdianos perderam mais de 10% do seu poder de compra”, salienta Tomás Aquino. Este sindicalista realça ainda que o Governo actual, que vem gerindo Cabo Verde desde 2016, apenas concedeu um único aumento salarial, em 2019, na ordem dos 2,2 por cento e só para o pessoal do Quadro Comum da AP, ou seja, um pequenissimo número de beneficiários.

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A USV deixou claro que condena e repudia veementemente o “aumento brutal” da electricidade, em torno dos 37%, pois, diz, essa medida vai arrastar o custo de outros bens e serviços, sobretudo os de primeira necessidade, e reduzir a capacidade de compra das famílias. “Para além do mais, numa ilha como S. Vicente, a braços com o problema do desemprego e pobreza e onde – para além da indústria, os sectores do serviço, turismo e cultura tem um peso significativo – esse aumento vai ter neles um enorme impacto”, reforça esse porta-voz.  

Tomás Aquino estranha que o Governo tenha, numa tentativa de “lavar as mãos”, vindo a público dizer, através do ministro da Indústria e Energia, que não foi o Executivo que decidiu e anunciou o agravamento do preço da electricidade, mas sim a ARME. Para ele continua a ser estranho que o referido ministro afirme ainda que ninguém vai pagar mais do que desembolsava no início da pandemia em 2019. “… querendo passar a ideia de que a pandemia já terminou em Cabo Verde e que vai tomar medidas, que serão anunciadas antes da entrada em vigor das novas tarifas, para proteger e amortecer o choque desse aumento.”

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A USV mantém-se vigilante e a esperar a chegada do dia 1 de outubro. Se a tarifa nova entrar em vigor promete “luta”, provavelmente uma manifestação organizada com o apoio de outros sindicatos.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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