O treinador Rui Costa está satisfeito com as condições encontradas no “campus de verão” da Aminga e com a atitude e afluência dos alunos inscritos na formação de basquetebol. “Muita gente interessada e com vontade de ser desafiada”, destaca o técnico português.
Segundo este profissional residente na Islândia, foi difícil planear as aulas devido a falta de conhecimento da realidade cabo-verdiana, mas, como diz, todo o treinador tem de ter capacidade de adaptação. A equipa técnica, salienta, encontrou os rapazes com um nível mais avançado que as meninas, mas a vontade de aprender é a mesma.
As aulas de basquetebol começaram ontem no pavilhão dos Salesianos e, como explica esse professor, os formadores tiveram primeiro o cuidado de trocar ideias com os treinadores cabo-verdianos e apalpar a realidade local. “Aquilo que repassamos aos treinadores é que têm de saber pensar, identificar os problemas e arranjar solução para os resolver. Quisemos repassar-lhes esta ferramenta muito essencial na condução das equipas”, exprime Rui Costa, que tem estado a fazer equipa técnica com a atleta portuguesa Sofia Gomes e o jogador cabo-verdiano Betinho Gomes, ambos do Benfica.
Em termos práticos, os alunos foram sujeitos a vários exercícios que, segundo Costa, visam melhorar a capacidade técnica individual e a tomada de decisão em jogo. Ontem alternaram esses exercícios e encerraram a aula com um jogo.
A primeira aula foi acompanhada por alguns técnicos locais e a presidente da Associação de Basquetebol de S. Vicente e todos enalteceram a importância do campus para o crescimento da modalidade na cidade do Mindelo. Segundo Guelass, ficou evidente no contacto com Rui Costa da semelhança das dificuldades enfrentadas em Cabo Verde e na Islândia em trabalhar com o escalão inicial. “O treinador estava à espera de encontrar um nível mais avançado das meninas, mas está a adaptar o seu plano e a motivar as atletas”, comenta o técnico cabo-verdiano, que já tem uma longa experiência, pelo que boa parte dos exercícios não tem sido propriamente uma novidade. Mas Guelass promete continuar a acompanhar a formação e sedimentar os seus conhecimentos.
Kuart Almeida espera também sair do campus com uma bagagem reforçada para fazer crescer a escola CA Team, que tem em Chã d’Alecrim. Este jovem, que promete acompanhar o workshop de fio a pavio, tem tomado nota de exercícios novos e ficou particularmente satisfeito com a aula sobre análise comportamental. Uma técnica que visa acompanhar o comportamento dos atletas e a forma de fazer a abordagem correcta em cada situação.
Sofia Silva está convencida que o campus de verão vai ter um impacto profundo no crescimento do basquetebol na sua região desportiva. Para ela, esta iniciativa vai possibilitar o arranque de novos projectos em todos os escalões, mas fundamentalmente no mini-basquete. “Para mim esta foi a melhor coisa que poderia acontecer para darmos um novo solavanco ao basquetebol de formação. Estão a trabalhar com rapazes e meninas dos 15 e 16 anos de idade e estou ciente que vão sair daqui mais ligados à modalidade”, prognostica a responsável da ARBSV, que quer aproveitar a embalagem e concretizar novos projectos, até porque, diz, a organização passou por grandes sacrifícios para tornar o campus uma realidade.