Cerca de 3.500 pessoas começam hoje a ser inquiridas em todos os municípios para um estudo que visa determinar o impacto psicológico das medidas restritivas impostas por causa da pandemia em Cabo Verde. O levantamento feito pelo INSP decorre até o dia 28 por equipas criadas para o efeito e visa saber quais foram as consequências directas e indirectas na saúde mental da população cabo-verdiana devido ao confinamento forçado.
Em declarações à RCV, Maria da Luz Lima lembra que análises feitas noutros países revelam os efeitos psicológicos derivados das medidas restritivas de convivência social e agora chegou a vez de se saber como isso ocorre em Cabo Verde. Além disso, o estudo vai caracterizar as condições sócio-demográficas, epidemiológicas e psicológicas da população cabo-verdiana face a pandemia. “Outro objectivo é analisar os efeitos psicossociais das medidas restritivas, enfim, como as pessoas viveram no confinamento…”, diz a responsável do INSP.
Em principio, a recolha dos dados, que acontece de forma aleatória nas residências, deve terminar no dia 31 de maio e os resultados preliminares apresentados em finais de junho, inicios de julho. O levantamento conta com a parceria do programa da saúde mental da DNS, OMS, INE e das universidades Jean Piaget e UniCV.
Entretanto, dados estatísticos da PN indicam que a violência baseada no género aumentou 8% durante o Estado de Emergência decretado em 2020, passando de 267 para 289 nos meses de abril e maio, comparativamente ao mesmo período de 2019. A Cidade da Praia foi o centro urbano com mais casos (71), seguido de São Vicente (55), São Filipe (26), Sal (22) e Santa Cruz (21).