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Mulher, a força que se esconde

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Por: Zeza Correia

Permitam-me discordar humildemente sobre a inteligência e a força que muitos acreditam estar inexistentes em uma mulher. Esse discurso não tem nenhuma verossímilhança, nenhuma coerência e é um comportamento ofensivo para com as mulheres. Vê-se com isso que o machismo ainda continua muito presente na nossa sociedade.

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Relativamente ao machismo, este é um fenómeno que trata da masculinidade exagerada ou da superioridade do homem relativamente a mulher. Porém, o que tem acontecido é que as próprias mulheres utilizam também o machismo entre elas, duvidando da sua capacidade ao afirmarem que o lugar da mulher é em casa cuidando dos filhos e do marido. Isto é um facto e tem favorecido muito a questão da superioridade do homem.

Todos são iguais perante a declaração universal dos direitos humanos. Se o homem consegue fazer o que quiser, com a mulher não pode ser diferente. Ela pode, sim, ser o que ela quizer e estar onde ela quizer.

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Temos um mundo cheio de mulheres que não conseguem respirar livremente porque estão condicionados demais a assumir formas que agradem aos outros. Eu, pessoalmente, não faço a mínima questão de deixar de fazer o que gosto, o que quero, com medo do que a sociedade vai pensar. Isso seria fortalecer ainda mais o machismo. O mundo seria bem diferente, mais justo e mais feliz se não tivesse o peso das expetativas de gênero.

Há também visões políticas e ideológicas. Tanto o homem como a mulher estão aptos a encarar derrotas. A derrota não está ligada ao fracasso pessoal ou ao condicionalismo de ser macho ou fêmea. Em muitos casos está ligada apenas e apenas às ideologias. É imprescindível mulherada irmos à luta e garantirmos os nossos espaços, sentirmos orgulho em cada amanhecer. A nossa luta deve ser sempre reconhecida, mas, caso não for, lembremo-nos sempre em ter esse reconhecimento pessoal.

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Mulheres podem ser emotivas, mas isso não justifica dizer que são fracas; mulheres podem casar, ter filhos mas isso não quer dizer que não têm tempo de ocuparem os cargos que quiserem. Não deixem que ninguém diga: “tu não consegues pk és mulher!” Vá em frente, ocupe o teu lugar. E quem te disser “saia, aqui não é pra mulher!” Responda: “Senta-te, aqui é lugar para todos os seres humanos.”

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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