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Diplomata considera dever de CV divulgar e preservar memória da travessia aérea do Atlântico Sul

O diplomata cabo-verdiano José Silva considera que é dever do Estado de Cabo Verde contribuir para a divulgação e preservação da memória da travessia aérea que hoje completa 99 anos. O Conselheiro da Embaixada de Cabo Verde responsável pelo centro cultural garantiu hoje em Lisboa o envolvimento institucional em ações que têm como objectivo dar a conhecer a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, que partiu da Doca Bom Sossego em Lisboa, a 30 de março de 1922, com destino a Las Palmas (Canarias) Mindelo e Praia (Cabo Verde) e Brasil, com chegada dos navegadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral ao Rio de Janeiro.

Cabo Verde, nas palavras do diplomata, foi a rota mais difícil e complicada que permitiu a chegada do hidroavião Lusitânia nos Penedos de São Pedro e São Paulo, rochedos situados no meio do Atlântico, antes da chegada ao Brasil.

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Depois desse acontecimento, Cabo Verde, que está localizado na rota dos três continentes, passou a ser importante ponto de passagem da navegação aérea internacional, a par da navegação marítima, depois da descoberta pelos portugueses em 1460. Numa iniciativa promovida pela Associação Lusitânia 100 criada em Lisboa, para dar a conhecer a importância desse importante acontecimento histórico protagonizado pela marinha portuguesa em 1922 para celebrar o centenário do independência do Brasil, utilizando a tecnologia da navegação sabiamente experimentada com sucesso por Gago Coutinho na viagem experimental para Madeira em 1921.

A travessia do Atlântico Sul, com passagem em Las Palmas e Cabo Verde, tinha que ser em Abril por causa dos ventos favaráveis nessa época do ano, conforme afirmações do Engenheiro em electromecânica João Ferreira, Presidente da Direção Lusitânia 100. Esse grande entusiastica da aviação diz que o objectivo principal do projeto da Associação que dirige é Inspirar , Invocar e Unir, ações que permitem reforçar pontes entre povos e culturas do Brasil, Cabo Verde e Portugal, países irmanados por laços históricos culurais e lingüísticos.

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Na cerimónia evocativa da partida dos navegadores junto ao monumento nas margens do Rio Tejo estiveram membros da Direção do Instituto Bartolomeu Gusmão – presentes Luís Barbosa, Engenheiro, Brandão Ferreira, Tenente Coronel, o historiador Henrique Mateus, todos militares na reserva conhecedores profundos da história da Marinha e Aeronáutica Naval portuguesa. A instituição dedica à história da aviação portuguesa e manifestaram toda a disponibilidade em colaborar com Cabo Verde nas ações pedagógicas que potenciam melhor conhecimento do grande acontecimento histórico.

Cabo Verde tem em marcha um projeto de divulgação do centenário da travessia assente em três pilares: educação, cultura e cidadania e no próximo dia 5 de Abril será organizado uma cerimónia para recordar a chegada da Lusitânia em Mindelo.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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