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Julgamento de Amadeu Oliveira marcado por clima tenso

O julgamento do jurista Amadeu Oliveira está a ser marcado por um clima de tensão, como aliás era previsivel. Jornalistas que têm acompanhado a audiência no Tribunal da Praia reportaram que hoje a juíza acabou por expulsar o arguido da sala, devido a um desentendimento no início da sessão, e, na sequência, a defesa de Amadeu Oliveira retirou-se também da sala.

Em causa, como noticia a agência Inforpress, está um pedido de recurso ao requerimento para a suspensão do julgamento feito esta segunda feira, porque a defesa e o próprio arguido consideram que a juíza Ivanilda Varela não tem condições para julgar esse caso. Como era de se esperar, Oliveira considera que o quarto Juizo-crime é incompetente para avaliar esse processo e agora reforça a sua tese com o argumento de que a magistrada Ivanilda Varela não tem também idoneidade por ter às costas um processo de averiguação no Conselho Superior da Magisatratura Judicial por alegada manipulação processual quando estava noutra Comarca.

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Noticia o jornal Santiagomagazine que o desentendimento instalou-se porque, no reinicio do julgamento, foi aberta uma discussão se cabia à defesa apresentar primeiro um novo requerimento ou se se avançaria com as perguntas prévias do julgamento em si. A juiza não terá percebido bem a resposta da advogada Zuleica Cruz, que havia dito que se deveria continuar de onde pararam ontem e depois seguir para as questões prévias, e passou a palavra aos advogados de acusação.

Esta decisão, adianta esse online, deixou o arguido indignado e resolveu dirigir-se por duas vezes ao tribunal, tendo mesmo levantado e exclamado que o requerimento tinha prioridade sobre as questões prévias. Devido a esse incidente, a juiza decidiu ordenar a expulsão de A. Oliveira da sala, voltando a passar a palavra aos advogados de acusação.

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A advogada Zuleica Cruz, segundo ainda Santiagomagazine, ainda tentou explicar que a juiza teria entendido mal a sua interpelação, mas Ivanilda Varela insistiu na sua posição. Deste modo, as advogadas de Amadeu Oliveira arrumaram os seus documentos e levantaram-se da mesa.

A atitude foi aplaudida pela assistência, pelo que a juiza deu ordens à polícia para retirar toda a gente da sala. Conforme esse jornal, houve protestos da assistência e do próprio Amadeu Oliveira, que pediu para ninguém sair por se tratar de uma audiência pública.

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O clima de tensão foi tal, segundo o citado jornal, que vários agentes policiais armados e outros à paisana, pertencente à Direcção de Investigação Criminal da PN, entraram na sala para cumprir a ordem da juiza de esvaziar a sala. No meio da confusão, a juiza perguntou ao arguido se queria mudar de defensores, mas ele disse que quer é mudar de juíza. “Porque esta aqui é uma manipuladora de provas. Pode me prender, não aceito ser julgado pela senhora”, ripostou Oliveira.

Entretanto, a sessão foi retomada já com o regresso das advogadas de Amadeu Oliveira e da assistência, tendo a juiza permitido então à defesa apresentar o requerimento que pede a suspensão da própria magistrada do processo. Ficou-se a saber que o Tribunal multou Oliveira em trinta contos por ter interrogado a juiza de forma insistente, despacho que mereceu recurso da defesa.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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