Governo aceita pedido de demissão de Filipe Tavares como ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa
Luis Filipe Tavares deixou de pertencer ao Governo. Conforme nota do Executivo, o ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa pediu hoje a demissão dos cargos que vem desempenhando e foi aceite pelo Primeiro-ministro.
Conforme uma curta nota enviada à imprensa, Ulisses Correia e Silva aceitou a decisão de Tavares e vai apresentar, na sequência, o nome do novo Ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro da Defesa ao Presidente da República.
“O Governo agradece a dedicação e o espírito de missão demonstrado pelo Dr. Luís Filipe Tavares durante o período em que esteve a desempenhar os elevados cargos governativos“, termina o comunicado, sem especificar os motivos alegados por Luís Tavares para abandonar o barco a escassos 3 meses do fim do mandado. É que as eleições Legislativas foram marcadas para 18 de Abril, enquanto as disputas Presidenciais ficaram para o dia 17 de Outubro deste ano.
No entanto, esta decisão cai num momento em que a sociedade cabo-verdiana tem vindo a comentar e a partilhar um documentário da estação SIC sobre o partido português Chega, considerado uma força política de extrema direita. Conforme a reportagem televisiva “A Grande Ilusão 2ª parte – “Cifrões e Outros Demónios”, que entra nos bastidores profundos do partido liderado por André Ventura, um dos membros do Chega, o empresário César DePaço, tido como principal financiador do partido e um suposto criminoso, foi escolhido por Filipe Tavares como Cônsul Honorário de Cabo Verde na Florida, Estados Unidos.
Como noticia a agência Inforpress, o ainda ministro dos Negócios Estrangeiros foi confrontado com esta polémica e assegurou que o Governo vai manter o empresário português no cargo de Cônsul Honorário de Cabo Verde na Flórida. Escreve esse órgão que Filipe Tavares alegou que César DePaço foi nomeado num processo “absolutamente normal” e que, até ser provado o contrário, o empresário multimilionário continua a ser uma “pessoa de bem” para o poder político cabo-verdiano.
O demissionário governante, prossegue a Inforpress, negou também qualquer ligação do Governo de Cabo Verde com o partido Chega, mas fotos partilhadas nas redes sociais parecem contradizer isso.