Um cheiro a esgoto tem estado a invadir a zona de Chã de Alecrim nos últimos três dias. É tão forte que acaba por chegar à praia da Lajinha e incomodar os banhistas, o que tem afectado a rotina de várias pessoas que normalmente gostam de se banhar logo pela manhã.
“É um cheiro incomodativo e fica mesmo difícil permanecer na praia. Tentei ficar, mas não é fácil”, diz Etelvina Santos, uma frequentadora assídua dessa estância balnear por razões de saúde. Esta mulher de 64 anos não sabe dizer de onde provém o cheiro, mas acredita que seja algum esgoto que ficou afectado pela enxurrada e que agora esteja a “suspirar”.
Como ela, António Duarte também se sente incomodado com a situação. Esta fonte relata que há três-quatro dias que o cheiro a esgoto estava “misturado” com o de combustível. Aliás, o salva-vidas teve mesmo que colocar a bandeira amarela nesse dia, apesar de o mar estar bastante calmo. “Não se via vestígios de óleo na água, mas o cheiro a combustível estava até mais forte que o do esgoto”, realça esse frequentador da Lajinha.
Hoje o cheiro a esgoto voltou a invadir essa zona de madrugada, tendo inclusivamente acordado João dos Santos. Este estava a dormir com a janela aberta por causa do calor e teve que fechar tudo para poder voltar a adormecer.
Contactado, o vereador José Carlos, do pelouro do Ambiente e Proteção Civil, este diz acreditar que o cheiro seja proveniente de descargas da fábrica Atunlo, situada no Porto Grande. “Tudo leva a crer que seja de descargas da Atunlo na rede pública, uma situação complicada. Já colocamos a equipa de saneamento no terreno, integrada pelo responsável pela área do saneamento, para averiguar essa situação”, informa o vereador José Carlos.
Abordada, a fábrica Atunlo negou quaisquer responsabilidades sobre a situação. Conforme a empresa, as declarações do vereador José Carlos não correspondem com a realidade e adianta que sempre se busca como responsável pelo mau cheiro do esgoto da rede pública a ATUNLO CV.
“No dia 01 de outubro recebemos uma chamada do Eng. Rafael, da CMSV, que tinham problemas com as estações de bombagem do Dokas e do Caisinho e nos solicitaram para não enviar água pela rede. Desde então a nossa válvula de saída permanece fechada”, assegura a direção da Atunlo. Conforme a empresa, desde dessa data tem sido retirada a água residual com o camião disponibilizado pela própria CMSV, que costuma dar 4 voltas diárias.