Por Joaquim Xavier
Apraz-me abordar, de leve, o tema Futebol em Cabo Verde, mais precisamente os Campeonatos de Futebol Sénior Masculinos.
Se por um lado vivemos um momento, de dificuldades extremas com o surto do corona-vírus em Cabo Verde, em que o mais importante era a dimensão e vida humana do país e aí impunha uma intervenção firme das autoridades através do Mecanismo da Proteção Civil Nacional, o que determinou a paragem de todos os certames mais importantes do nosso Desporto-Rei, hoje, após um bom controlo da situação, teremos que reprogramar uma volta, harmoniosa, à normalidade, à legalidade, rumo à reconquista dos direitos, do poder de compra e da qualidade de vida, suspensos.
Para mim, não existe uma boa qualidade de vida sem o Desporto e o Futebol, em particular, pois, o Futebol com a sua mística, movimenta e activa grandes massas humanas e o poder económico-financeiro, mesmo que ainda não seja o caso concreto em Cabo Verde, mas, caminha para isso.
Ora, após 3 meses de impotências e incertezas impostos pelo Plano de Contingência Pandémica, eis-nos de volta, com as autoridades a devolver-nos, paulatinamente, a liberdade quartada e o respectivo Poder de Decisão dos cidadãos e das instituições não-Governamentais, recompondo-se e aproximando-se de um Estado de Direito, que é o que, no fundo, se almeja.
Antes não via espaço para que a Federação Cabo-verdiana de Futebol e as Associações levassem avante os seus Planos de Atividades com o desenvolvimento dos consequentes Campeonatos Nacionais e respetivos Regionais.
Tenho também a lamentar, de permeio, do facto de nem todos os cidadãos deste país, por mais competentes que sejam, vivendo fora da Capital, poderem ser presidentes das Federações Nacionais, nesta Ordem Sócio-Política que existe, Sistema que terá, mais tarde ou mais cedo, revisto. Vejo Presidentes e Governadores de Instituições Públicas e não-Governamentais serem conduzidos aos tachos, só e apenas por viveram na Praia ou em Santiago. Também, vejo talentos que, por viverem em outras paragens do Arquipélago, são quartados de serem Presidentes da República, Primeiro-Ministro, Ministros, Diretores-Gerais, Presidentes de Federações, etc. etc. SÃO IMPEDIDOS DE SEREM BEM SUCEDIDOS e então, Cabo Verde não é aquilo que devia ser, também um País melhor sucedido.
Bem, voltando ao Futebol, pois essas são contas de outro rosário, já existem condições para num quadro sanitário, devidamente preparado, com salvaguarda da vida humana e com profundo enfoque nos atletas, voltarmos a ver correr a bola e vivermos essa paixão que é o Futebol.
Aqui congratulo-me com a decisão da Federação em apoiar incondicionalmente a volta dos Campeonatos Regionais e Nacionais. Porém, em vez da volta em Agosto, operar-se o reinício em meados de Julho, sem condicionar os Campeonatos à situação pandémica da Praia, onde ter-se-á que aguardar que as condições de salubridade se reúnem, para mim, seria o ideal. Viria os Campeonatos Regionais a iniciarem-se na semana de 18 de Julho, sendo que para isso as Associações Regionais, a Federação, as Delegacias de Saúde Regionais e o Ministério que tutela o Desporto trabalhassem em conjunto, para tal.
Ouso ainda lançar um repto à Federação Cabo-verdiana de Futebol:
- A REALIZAÇÃO DO CAMPEONATO NACIONAL NAS ILHAS DE SANTO ANTÃO E DE SÃO VICENTE, COM AS CAMPEÃS DIVIDIDAS EM 3 (TRÊS) POULES, PELOS 3 CAMPOS RELVADOS DO PORTO NOVO, PONTA DO SOL E SÃO VICENTE.
Mindelo, 09.Junho.2020