Mesmo sem fazer campanha à portas dos supermercados, o Banco Alimentar conseguiu juntar mais de três toneladas de alimentos que irão beneficiar 160 famílias em São Vicente. Os donativos agora conseguidos são considerados os mais diversificados de sempre pelo que serão distribuídos aos beneficiários maiores quantidades de produtos.
A situação da pandemia da Covid-19 veio alterar a forma de estar das pessoas e, com isso, as dificuldades aumentaram. Mas, felizmente, a solidariedade tem vindo a despontar quer de pessoas individuais, coletivas, empresas e instituições. É aqui que, mais uma vez, o Banco Alimentar quer fazer a diferença na composição das cestas básicas atribuídas às famílias.
“Estas são as cestas básicas completas de sempre. Contém desde sabão e outros produtos de higiene e também uma maior quantidade e alimentos, visto estarmos a passar por uma fase difícil. Costumávamos oferecer 10 quilos de alimento por família, mas desta vez ultrapassamos este valor”, assegura a representante da OMCV, instituição representante do Banco Alimentar em São Vicente, Fatima Balbina. Cada pessoa receberá das associações a quantia de seis quilos de arroz, dois de feijão, ainda açúcar, farinha integral, massa, óleo e outros produtos de higiene.
O Banco Alimentar conseguiu angariar grande parte dos donativos através da empresa Arquipélago internacional, que disponibilizou 600 quilos de arroz, leite e milho. A fundação Donana também comparticipou na aquisição de óleo alimentar. A campanha de “Cabaz alimentar” feita na ilha do Monte Cara ajudou a montar esta diversidade.
“Tem-nos ajudado muito também a campanha de entrega de máscaras em troca de quilos de alimentos. Desta vez, quando as pessoas ou empresas nos procuravam para saber em que poderiam ajudar, pedíamos algo mais especifico, de forma a diversificar as cestas”, acrescenta esta fonte.
O Banco Alimentar, refira-se, congrega várias associações comunitárias, Em São Vicente são, ao todo, 15 as associações associadas. Ao longo tempos, esta estrutura beneficia as mesmas pessoas, através destas associações. A cada dois meses estas famílias são contempladas com uma cesta básica. As famílias cadastradas só podem ser substituidas em caso de morte ou de uma mudança significativa para a positiva na sua condição social.
“As famílias são escolhidas por estas associações que estão no terreno e conhecem melhor a realidade das pessoas. Estas estruturas também costumam, com excepção do atual estado de emergência, disponibilizar voluntários para fazer a recolha de alimentos na porta supermercados. Contribuem também com algum alimento que possa estar em falta, para incluir nas cestas básicas”, explica Fátima Balbina.
Mesmo assim, esta activista pede mais envolvimento das associações, para poderem continuar a ajudar ainda mais estas famílias. Balbina explica que, mesmo que estes apoios sejam pontuais e garantidos, a OMCV tenta não criar um ambiente de dependência dos beneficiários, atribuindo-lhes formações e disponibilizando-lhes acesso aos micro-créditos, para montarem os pequenos negócios e gerarem o próprio rendimento.