O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que testou positivo para a Covid-19 no final de março, foi ontem, segunda-feira, internado numa unidade de tratamento intensivo (UTI) do hospital St. Thomas, em Londres. O quadro clínico do premiê de 55 anos agravou-se e, a conselho da equipa médica, foi transferido para tratamento intensivo hospitalar, segundo comunicado do governo britânico.
Conforme a nota, o Primeiro-ministro pediu ao Secretário de Relações Exteriores, Dominic Raab – que é o primeiro secretário de Estado – para o substituir sempre que necessário. Antes de ser hospitalizado, Boris Johnson passou cerca de 8 dias em quarentena na sua residência, na Downing Street nº10, também em Londres. Johnson publicou em seu perfil oficial no Twitter na sexta-feira 3 um vídeo em que dizia permanecer apenas com febre e estar se “sentindo melhor”.
Até as primeiras semanas de março Johnson defendeu o isolamento vertical, no qual as pessoas que compõem o grupo de risco ficam em confinamento enquanto o restante da população segue a rotina. Entretanto, teve que recuar diante das projeções de mortes no país caso as medidas de quarentena não fossem tomadas.
Encomendado pelo governo, um estudo feito pelo Imperial College de Londres apontou que mais de 250.000 mortes poderiam ocorrer no Reino Unido caso nada fosse feito. Para combater a pandemia, o governo inaugurou na sexta-feira 3 um hospital de campanha com capacidade para 4.000 leitos e anunciou na quinta-feira 2 que serão realizados 100.000 exames da Covid-19 por dia, até o fim de abril.
Todos os bares, cafés, restaurantes e academias de ginástica do país estão fechados e as atividades escolares estão suspensas desde 20 de março, sob ordem de Johnson. Segundo estimativa do jornal britânico The Guardian, foram reportados 51.608 casos no Reino Unido, dentre eles 3.802 apenas nas últimas 24 horas. Ao todo, já morreram 5.373 pessoas por causa do vírus. Representando quase 85% da população britânica, a Inglaterra é o espaço mais atingido pela Covid-19 no Reino Unido, que também é composto por Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Os ingleses respondem por mais de 80% dos casos reportados em solo britânico.
Cerca de uma semana após Johnson testar positivo para a Covid-19, sua esposa, Carrie Symonds, que tem 32 anos, afirmou no sábado, 4, que ela também tinha apresentado sintomas da doença, mas já estava se recuperando.
C/Veja.com
