Um homem morreu na noite de ontem no Hospital Baptista de Sousa vítima de graves ferimentos provocados por um explosivo. Segundo a mulher Saidilene Évora, o marido estava a martelar no quintal da sua casa, na zona de Ribeirinha, enquanto ela e os filhos viam televisão na sala, e de repente ouviram um enorme estrondo que fez vibrar a casinha de tambor. Nesse mesmo instante viu “fachas de luz” vindas do quintal. Correu para ver o que aconteceu e deparou com o marido ensanguentado, com os pés e as mãos decepados.
De imediato, os bombeiros foram acionados e chegaram ainda a tempo de socorrer a vítima com vida. O ferido, João Silvestre Dias, mais conhecido por Junzim, foi transportado para o hospital, mas horas depois acabou por falecer devido a gravidade dos ferimentos e pelo facto de ter perdido muito sangue.
O estrondo foi tão forte que foi ouvido por toda a vizinhança. De acordo com uma testemunha, pensou tratar-se da explosão de uma garrafa de gás, até entrar na casa e deparar-se com a vítima nas traseiras da casinha.
Suspeita-se que o homem de 60 anos tenha encontrado o explosivo nalguma das localidades onde costumava ir buscar areia ou pedras e que o tenha levado para casa com o intuito de usar o “chumbo” para pesca na praia de João d’Évora”. Uma actividade que costumava fazer aos finais de semana, de acordo com a mulher. No entanto, a própria mulher desconhece onde Junzim arranjou o explosivo.
Conforme apurou o Mindelinsite, a Polícia Judiciária e o Comando da 1ª Região Militar abriram uma investigação conjunta que deverá determinar o tipo de explosivo envolvido e a sua proveniência. Entretanto, o Major Alberto Teixeira descarta a hipótese que tenha sido uma bomba deixada para trás durante algum exercício militar. Assegura que no final dos treinos os militares fazem sempre um rastreio da área para ver se não ficou nada perigoso para trás. Além disso, o Major Teixeira avança que os exercícios com explosivos são realizados normalmente na Ribeira de Flamengo e na Cratera de João Pola, no Calhau.
Junzim, que era quem sustentava a casa, deixa uma mulher e oito filhos, sendo três deles menores, incluindo a enteada que o considerava um pai.
Sidneira Newton (Estagiária)