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Empresas cabo-verdianas começam a apostar nas “influencers digitais”: Jovens conseguem ganhar cada vez mais dinheiro com seus perfis na net

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Em Cabo Verde, cada vez mais jovens, em especial as mulheres, apostam nas redes sociais para a divulgação das suas imagens, mensagens e marcas como “influenciadoras digitais”. O mercado onde antes a publicidade se restringia mais aos jornais, rádios e televisões, ganhou novos contornos no mundo digital. Em países considerados do primeiro mundo, esta prática faz-se há muito mais tempo e frequência e com resultados financeiros impressionantes. Cabo Verde começa, no entanto, a querer a sua parte nesse quinhão, ciente da sua integração na rede mundial da internet.

Núria Rodrigues é uma das internautas crioulas que começa a tirar dividendos de anos de exposição. Algo antes impensável, que punha em causa a sua própria imagem como “modelo”, mudou com o resultado de uma sessão fotográfica. “Detestava ser fotografada, mas o meu amigo fotógrafo Nenass insistiu para fazermos uma sessão, até que aceitei. As reações que recebi no Facebook fizeram com que acreditasse mais no potencial da minha imagem”, explica a jovem.

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Desde que descobriu o Instagram as publicações de Núria tornaram-se constantes e até deixou o Facebook. Devido ao sucesso alcançado, diz, tem sido procurada por várias fotógrafos para novas sessões. “Sou de igual modo requisitada por alguns artistas no exterior que reconhecem em mim o perfil que procuram para participar de seus trabalhos”, acrescenta, ao mesmo tempo que lamenta ter que dispensar a maioria, por causa da distância.

 As marcas também começaram a acompanhar a jovem, que possui nas redes sociais mais de 16 mil seguidores. O que antes fazia na base da “camaradagem” ou da amizade começou a tornar-se num negócio já que pagavam pela exposição. Passou a ser assessorada por uma empresa de marketing e o futuro mostra-se mais risonho como indicam os contratos já assinados.

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Com quase 72 mil seguidores apenas no Instagram, a cantora Elly Paris aproveita a internet como meio de divulgação da sua carreira artística e outros trabalhos paralelos. Paris – que costuma usar seu perfil para se posicionar em relação a temas como empoderamento feminino, depressão, mostra seu quotidiano diário e dá conselhos de beleza – passou a ser procurada como um rosto para pequenas e grandes empresas. Além dos contratos assinados com grandes empresas, a internet permite-lhe ter contactos mais informais com estabelecimentos em expansão.

Myrocas Whanon Martins é outro rosto jovem das redes sociais. Com apenas 21 anos de idade, começa a descobrir um outro lado positivo da rede – como fonte de rendimento – enquanto influenciadora. Jovem, bonita, fotogénica e a uma óptima forma física são alguns pontos que parecem ter contribuído para o sucesso de Myrocas. Ela gosta de se comunicar com os seguidores e dar dicas de como trabalhar fotografias, além de passar uma mensagem no seu perfil de uma apaixonada pelo mar e o verão.

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A influenciadora pioneira

Em termos de marketing e influência digital, Nadine Fortes é a pioneira em Cabo Verde. A sua marca é “Vaidosa D Mais” e, quando começou a promovê-la nas redes sociais, ainda era algo novo em Cabo Verde. “Primeiro criei meu blogue, depois a página no Facebook onde fazia posts diários e publicava artigos do meu blogue. Era um hobby e quase ninguém percebia o que estava a fazer, porque aqui ainda não havia a percepção do conceito de bloggers ou influencers”, relata.

Por isso, Nadine retrata o seu percurso como um processo longo. Durante quase quatro anos, diz, o seu trabalho foi “educar” as pessoas para esta nova esfera global. A jovem garante que o Instagram não tem o mesmo peso em Cabo Verde que o Facebook, ao contrário do que acontece no exterior, onde a plataforma “Insta” já se sobrepôs à fundada por Zuckerberg. Por isso tenta usar as duas redes pra chegar ao seu público. Uma aposta acertada, pois já conta com mais de 72 mil apoiantes no Instagram.

Fazer as empresas apostarem no mundo digital foi também um processo demorado, de acordo com Nadine. Esta garante que há aproximadamente três anos que as empresas começaram a perceber a oportunidade de apostar nos influencers. As companhias menos resistentes a seguir a tendência da net, acrescenta, são aquelas mais jovens e com um público também jovem. “Depois de muitos anos, neste momento consigo viver só como influenciadora na Vaidosa D Mais. Além da parte de influência digital, dou formações, vendo roupas da minha marca, tenho alguns contratos que me permitem ter um rendimento mensal que dá para viver”, frisa.

Para os mais jovens neste ramo, Nadine pede muita paciência, persistência, dedicação e estarem cientes daquilo que querem para que consigam atingir o objectivo. “Nada acontece de um dia para o outro”, enfatiza.

A artista Elly Paris – que está a apenas centenas de followers de Nadine – conta que o seu progresso na rede social demorou também muito tempo, mesmo assim tentou ao longo dos anos manter-se sempre activa, fazendo publicações sistemáticas, por exemplo, no seu “dia”. Mesmo tendo sido muitas vezes contestada e apoiada, manteve-se firme.

Lado negativo das exposições 

Com o sucesso nas redes sociais, cresce o número de pessoas que entram nas publicações das autoras com o único propósito de fazer comentários negativos. São os chamados hatters. A jovem Myrocas diz ignorar esses géneros de ataques, preferindo apoiar-se na ideia de que isso tudo é movido por “dor de cotovelo”. A par disso esta beldade aconselha as jovens a terem cuidado com fotógrafos “nada profissionais”, para não serem alvo de assédio.

Núria também é vítima de comentários maldosos sempre que partilha conselhos nutricionais e treinos ligados ao mundo fitness. Por outro lado, descobriu perfis falsos com seu nome, onde são publicadas fotos suas e nunca soube quem os criaram.

Tirando estes infortúnios, o mundo digital veio revolucionar o modo de se fazer publicidade. Graças a paixão dos internautas e as facilidades próprias das redes sociais fica mais fácil e barato alcançar públicos diferenciados em qualquer ponto do globo.

Sidneia Newton (Estagiária)

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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2 Comentários

  1. Eu nao sei quem tu es, mais para mim a verdadeira influende digital es tu minha amiga falast bem falast com mt noção e foste estremanente educada se tiveres uma pagina eu vou te seguir . Assino em baixo e ainda acrescentava umas coisas que nao vem ao caso kkkkkkk futeis demais de uma forma gritante , todos os dias eu pergunto .
    Onde é que vamos parar … Deus que nos ma es gente vazio es levianas de plantão…

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