Os trabalhadores do serviço de saneamento da Câmara de S. Vicente e funcionários da fábrica de calçado ICCO vão invadir as ruas da cidade do Mindelo na sexta-feira à tarde numa manifestação conjunta organizada pelo sindicato SIACSA. O objectivo dos dois grupos é praticamente o mesmo, isto é exigir o respeito pelos direitos laborais, melhorar as condições de trabalho e os salários e que, conforme o sindicalista Gilberto Lima, tanto a autarquia como a unidade fabril não têm vindo a cumprir.
“No caso dos trabalhadores da área do saneamento, a CMSV tem estado a impedir-lhes de se inscrevem nos sindicatos – o que configura a violação de um direito sindical – não lhes fornece os materiais adequados para o trabalho que exercem, não lhes atribui um subsídio de risco e ainda por cima paga-lhes um salário miserável”, explica Gilberto Lima. Segundo o presidente do SIACSA, o sindicato tem solicitado encontros com a autarquia mindelense, mas que são sistematicamente ignorados, pelo que já não há condições de diálogo.
No tocante à ICCO, o sindicalista assegura que os motivos da manifestação são problemas laborais antigos, que inclusivamente já deram lugar a duas greves. A empresa, acrescenta Lima, não mudou a sua postura, pelo que os funcionários decidiram trazer para a rua a sua indignação. Os problemas, explica a citada fonte, relacionam-se com a medição da produtividade, perseguição ao pessoal da linha de produção, falta de condições de saneamento e de ventilação e necessidade de melhoria do salário. É que, diz, os funcionários recebem o equivalente ao vencimento mínimo nacional, quando a fábrica deveria valorizar quem lhe permite alcançar a sua facturação.
A manifestação irá partir da Praça Estrela em direcção ao centro da cidade e terminar na Praça Dom Luiz. Pelas estimativas do sindicato deverão participar mais de 50 trabalhadores do serviço de saneamento da CMSV e mais de 200 da fábrica ICCO.