CMSV nega acusações da UCID sobre escolha de beneficiários de “Casa para Todos”: “Sem vergonhice”
O edil Augusto Neves rebateu esta manhã as acusações lançadas pela UCID sobre o processo de atribuição dos apartamentos da classe A do programa Casa para Todos em Chã d’Vital e desafiou esse partido a ir explicar às famílias contempladas o motivo de não merecerem as moradias. Isto porque, na perspectiva dos democratas-cristãos, cerca de 70 por cento dos agregados agraciados com o respectivo apartamento não reuniam as condições para o efeito.
“Os responsáveis da UCID terão que ir à Ribeira d’Julião 2 explicar às famílias que foram contempladas com habitação de interesse social o por quê de não merecerem as moradias. Este é o nosso principal fundamento”, desafia Neves, que acusa essa força política de “sem vergonhice”. É que, explica, assim que o partido teve conhecimento da atribuição das casas, logo no primeiro fim-de-semana marcou reuniões com os novos moradores. “E agora vem publicamente e na comunicação social achar que essas famílias não merecem ser contempladas com as habitações.”
Em conferência de imprensa, Neves refutou todas as críticas lançadas sobre a autarquia pela UCID, partido que acusou o autarca mindelense de ter “rasgado” a lista entregue pelos Serviços Sociais da CMSV dos agregados merecedores dos apartamentos da classe A para ser ele próprio a decidir e a telefonar os beneficiários. Para Augusto Neves, dizer isso só pode ser “pura ignorância” de quem não entende nada. É que, como explicou aos jornalistas, a atribuição das moradias é um processo moroso e delicado, porque depende das habitações construídas e disponíveis e dos dados apurados pelos serviços sociais sobre a situação dos agregados. Além disso, acrescenta, todo o expediente obedece a um regulamento.
Segundo Neves, há milhares de pessoas à espera de uma casa, mas o número de habitação disponível é manifestamente insuficiente para cobrir os pedidos. Em termos concretos, adiantou que S. Vicente tem um défice de aproximadamente 8.000 fogos, tendo a CMSV recebido à volta de 7 mil cartas de pessoas necessitadas.
No tocante à Ribeira d’Julião 2, enfatiza, a CMSV passou mais de dois anos a trabalhar os processos, “um esforço árduo e sério” que envolveu o levantamento da situação financeira das famílias, da constituição das mesmas, ocupação dos seus membros, cadastro, entrevistas, etc., antes da atribuição dos apartamentos. E, esclarece, não há uma lista e nem é o presidente que escolhe, mas sim o serviço social.
“Tudo aquilo que a UCID diz é pura mentira”, reforçou Neves ao ser questionado se é verdade que a CMSV negou disponibilizar informações a esse partido solicitadas pelos deputados municipais. Quanto à falta de energia eléctrica e água no complexo Casa para Todos, o edil lembrou que os contratos de fornecimento desses serviços é da responsabilidade das famílias, mas que mesmo assim a edilidade tem apoiado a Electra para poder acelerar esse processo. Pelas informações que Neves diz dispor, a maior parte das mais de 80 famílias contempladas com apartamentos da classe A já celebrou o contrato de água e energia.
Kim-Zé Brito