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Caso PTS: “Ai se eu soubesse!”

O Mindel Insite publicou ontem uma notícia com base num comunicado enviado à imprensa pelo presidente do PTS, no qual Gilson Alves assume posições radicais sobre o combate à criminalidade. O líder do Partido do Trabalho e da Solidariedade chega ao ponto de defender o uso da força letal do Estado para “exterminar” milhares de gangsters e traficantes, nomeadamente na cidade da Praia.

Para várias pessoas, inclusivamente jornalistas, a informação deveria ser pura e simplesmente ignorada, uma espécie de censura a uma mensagem que estimula a violência. Para a redacção do Mindel Insite, a sociedade civil tem o direito de saber o que pensa o responsável do PTS, por se tratar de um partido legal e que até anunciou a sua intenção de participar nas eleições autárquicas e regionais em S. Vicente.

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Na notícia, tivemos o cuidado de mostrar a gravidade do posicionamento de Gilson Alves e perguntamos se a sua opinião veicula os restantes membros da direcção eleita. Na peça, chamamos inclusivamente a atenção para o facto de o presidente do PTS defender a pena de morte ao apoiar a intervenção das Forças Armadas e da Polícia contra narcotraficantes.

Perante a gravidade desse pensamento, e por se tratar de um partido legalmente reconhecido, este jornal achou por bem alertar a sociedade cabo-verdiana sobre essa matéria. Não será escondendo a informação que vamos combater o mal, mas sim disponibilizando às pessoas dados importantes que as ajudarão a usar o seu poder de voto de forma consciente. Isto para mais tarde ninguém gritar “ai se eu soubesse!”. Além do mais, a divulgação da peça visa também alertar as autoridades para agirem com base nas suas competências.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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11 Comentários

  1. Discutivel. Não é somente Gilson que devemos ter cuidado com o que ele diz. São todos. TODOS. Ou seja podemos ver também esta questão de outra prisma. Quando é um Gilson qualquer a falar os jornalistas não tem pejo em critica-lo abertamente. Em ridiculariza-lo. Em até o atacarem abertamente. Porém quando for um politico que pertence a um dos partidos do sistema … (portanto que pode estar no governo) a coisa muda de figura. NEsses casos e verem os jornalistas na sua posição preferida …. braço fletido um micro ou gravador na mão a gravar e depois a publicarem tudo o que lhes foi despejado … caladin !!!!! Ou seja há duas classes de politicos … aqueles que ta po jornalista peso e aqueles que os jornalistas acham que podem ridicularizar.

  2. Concordo com a redacção ,a liberdade de expressão e’ expor uma figura publica .compete a sociedade deslindar-se em concordância com seus princípios . Tem políticos que falam MENTIRAS e ninguém reclama da LIBERDADE de EXPRESSÃO .por ter publicado uma mentira .

  3. Gravidade desse pensamento? Dessa opinião? Desde quando é que opiniões ou pensamentos são qualificados dessa maneira? Cambada de cobardes. Acabam de ler uma opinião dura sobre uma solução grave (com a qual não concordo em pleno) e estão todos a tremer, a mijar nas calças. Sou advogado e li a notícia, Kimzé ou Mindelinsite. A minha primeira preocupação foi a de determinar se o Gilson se tinha comprometido e se tinha exposto a consequências legais. A minha análise é não: tudo o que ele diz é dito em jeito de opinião, ou imaginando um quadro legal de estado de sítio (previsto na nossa constituição), onde se poderia usar a força letal contra aqueles que, e até ele diz que seria a outra maneira porque “seria de supor que esses indivíduos estivessem de armas em punho e resistiriam a um mandado de prisão”, ou seja, legítima defesa. 1- um quadro legal onde a república está em perigo de morte, segundo ele; 2- auto-defesa; 3 – a sua opinião. O cuidado com as suas expressões é tão meticuloso que duvido que ele não tenha amigos legalistas que possam ter lido esse texto antes de publicar. Brilhante texto para um advogado. Molho-me aqui porque fico muito triste quando vejo cidadãos e jornalistas do meu país a tremer de medo e a molhar as calças só porque o Gilson decidiu (inteligentemente) explodir a opinião sobre o tema. Prova de que este país é imaturíssimo. O que haverá com esse artigo explosivo (e felicito MI pela coragem), é um ajuste político no terreno. Está de caras que o que o Gilson pretende é posicionar o pts para as autárquicas. Primeiro explode com tudo e depois virá colocar as suas tropas no terreno para limpar o resto. Colocar Praia contra Sao Vicente antes das autárquicas? Estratégia antiga do PTS inventada pelo Onésimo, que o Gilson está a copiar à letra. Opinião: é bem possível que este pts ultra-sao vicentista ganhe em SV pois claro. E nós a pensar que o pts estava morto… esse bicho não morre fácil. Vai ser preciso ser exterminado pelo mpd e paicv.

  4. Mim mi n’ê advogado atento má bô, bô ê prop um cosmonauta.
    Bo sabê u quê que ê um cosmonauta ô sô bo uvi êss palvra bô gostá e agora bo escolhel pa repti???

  5. Nada de bom se consegue através do extremismo.
    A história tem demonstrado ao longo dos tempos que essa não é uma boa via.
    Na minha opinião combater o mal com o mal não é uma opção inteligente.
    Quanto ao jornal desempenhou bem o seu papel. Nada a censurar.

  6. Concordo contigo na totalidade e o que vou dizer, não significa que me oponho ao que dizes.
    É verdade que se deve evitar o extremismo porém, é preciso notar que muitos dos extremismos que vêm acontecendo no mundo, são semeados, adubados e regados por responsáveis políticos, que desprezam reiteradamente a todos os apelos, a todos os alertas e a todos os sinais de descontentamento generalizado, manifestados pelas populações.
    Esses políticos esticam a corda sempre se achando “os senhores todos poderosos” preocupando-se simplesmente em investir cada dia mais na sua segurança, para poderem continuar a fazer tudo o que querem a seu bel-prazer.
    E é assim que muitas vezes acabam por ser surpreendidos com reações inesperadas por parte do povo.

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