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São Vicente quer ou não hotéis de 5 estrelas?

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João Henrique Delgado Cruz

Tenho sido crítico em relação ao abandono de São Vicente, e não seria de bom tom não elogiar os investimentos que estão em sintonia com os desígnios da ilha. A César o que é de César!

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O projeto de investimento para a criação de dois hotéis de 5 estrelas no Mindelo terá duas fases: a primeira fase já foi concluída com o hotel Sheraton. A segunda contempla a construção no mesmo local do Hotel Meridién.

É um investimento privado de 61,9 milhões de euros com um total de 300 quartos e criando 500 postos de trabalho diretos, além das atividades paralelas e a mais valia que traz o turismo deste quilate.

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Muitos jovens de São Vicente, São Nicolau e Santo Antão que trabalham na hotelaria no Sal e Boavista estão a candidatar-se, além de muitos que residem aqui em São Vicente.

É importante frisar que um hóspede que paga 150 a 200 euros diários tem de ter certas comodidades, nomeadamente, acesso direto à praia da Lajinha, piscina de borda infinita, bar de piscina, dois restaurantes e bares, centro de fitness e spa, jardim no céu e lojas de varejo, quartos arejados e equipados com alta tecnologia. É a lei do mercado, um hotel de 5 estrelas tem de respeitar determinados condicionalismos. Que os ordenados sejam de acordo com a excelência do investimento!

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Sobre a ponte o que posso dizer é que há obras idênticas. Conheço uma no Hotel Marina em Ponta Delgada nos Açores. Há uns anos, no Hotel Iracema em Fortaleza tínhamos uma grande dificuldade em atravessar a estrada em hora de ponta para ir até a praia do mesmo nome. É uma via rápida como a estrada da Lajinha e desanconselha-se passadeiras e quebra molas em vias do tipo devido aos constrangimentos na mobilidade. Lembro-me de um acidente com um hóspede do hotel. Falou-se nessa altura da necessidade de uma ponte, mas o hotel é de quarto estrelas.

O movimento de hóspedes no Sheraton espera-se intenso. Quanto a privatização da Lajinha, é um não assunto, visto ser inconstitucional.

Acredito que tudo pode ser criticável, o universo tem dois polos. As questões mundanas têm prós e contras e podemos sempre abraçar os prós, os contras ou ponderar a balança!

Salve!

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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