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Vestida inspirada na bandeira de C. Verde, Ivete Sangalo homenageia Cise e “levanta poeira” na Baía das Gatas com carnaval d’mandinga

O público cabo-verdiano ficou rendido ao “espectáculo inesquecível” que a artista brasileira Ivete Sangalo preparou e levou para “a festa” na sua estreia no festival internacional de música Baía das Gatas. Com uma indumentária inspirada na bandeira de C. Verde, a cantora projectou no palco da famosa praia a imagem da diva Cesária Évora, enquanto interpretava a icónica música Sodade, e fez levantar poeira no areal da praia com o Carnaval dos Mandingas, ao ritmo da famosa composição do artista Pol Block “oli mandinga ta bem panhob”. Momentos altos do show de duas horas que disparou a temperatura entre os milhares de fãs presentes na famosa estância turística da ilha de S. Vicente.

A enérgica artista iniciou o show com nota máxima ao entrar no palco ao som de “Macetando”, uma das suas “pedaladas” de sucesso. Embora tenha freado o ritmo umas poucas vezes no meio do show com baladas, Sangalo fez jus ao seu selo de marca. A baiana mostrou na Baía estar com uma extraordinária condição física aos 52 anos de idade. E, do outro lado, encontrou um público vibrante, pronto para cantar, saltar e dançar durante toda essa noite de verão.

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Sempre comunicativa, Ivete Sangalo conquistou os milhares de fãs presentes no festival e fez questão de descer para o chão e tocar as pessoas junto ao palco. Aliás, nem era preciso muito esforço nesse sentido tendo em conta a sua fama e expectativa em torno da sua primeira actuação em solo cabo-verdiano.

A artista mostrou ter produzido um espectáculo para “dinamitar” o ambiente e ao mesmo tempo homenagear a cultura cabo-verdiana. A começar, subiu ao palco com um traje inspirado na bandeira das ilhas e sublinhou isso no palco. “Vocês viram a roupa que eu fiz pra vocês, inspirada na bandeira??? Meu amor, porque vai ser na marra: vou ser de Cabo Verde também!”, exclamou a brasileira.

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Sangalo assumiu ter preparado um show para ficar na memória dos 40 anos do festival. “Mas, mais do que qualquer um que está aqui, este show será inesquecível para mim. Obrigada, muito lindo estar aqui!!!”, lançou para o público, que respondeu com uma forte ovação.

Um dos momentos simbólicos e emocionantes do show foi quando a cantora tirou os sapatos para interpretar a canção Sodade em homenagem a Cesária Évora, a diva cabo-verdiana dos pés descalços. A produção projectou uma fotografia em formato gigantesco da Cise no fundo do palco e Sangalo fez questão de ficar mesmo ao lado da imagem, parecendo muito mais pequena que Cesária Évora. Uma mensagem subliminar para mostrar o quanto Cise é grande. Como é natural, o público aplaudiu e cantou a icónica música.

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“Será que venho para o Carnaval”do Mindelo?

Instantes depois, a cantora levou Baía das Gatas ao rubro com o ritmo carnavalesco dos mandingas. Um “golpe baixo” da artista, ciente do quanto os mindelenses apreciam o Carnaval, em especial a batida dos mandingas da Ribeira Bote. Enquanto o público pulava e lançava o famoso grito de guerra Uh, uh, uh, Ahaaaa, no palco Jéssica Lopes, a emblemática rainha da bateria do Samba Tropical, respondia ao convite da cantora para dançar.

“Estou aqui com uma ideia. Quando é o Carnaval de você?. É fevereiro, não? Porque na Bahia é também em fevereiro;…. mas no ano que vem será em março. Será que venho?!”, perguntou a baiana, para de seguida deixar no ar a possibilidade de vir curtir o Carnaval do Mindelo em 2025. “É capaz de vir e me fantasiar sem vocês nem perceberem que estou no meio da festa. E eu acho que vou vir com a banda toda.”

Sangalo interpretou os grandes sucessos do seu enorme repertório e confessou estar apaixonada por C. Verde, em particular a ilha de S. Vicente. “Estou tão perdida que não vou largar este lugar nunca mais. Que é isto?!!!”, exprimiu “Veveta”, como é tratada pelos amigos.

Antes de encerrar o espectáculo, Ivete Sangalo recebeu um ramalhete de flores e uma t-shirt com o rosto da cantora Cesária Évora. A artista abandonou Baía das Gatas às pressas, sem prestar declarações à imprensa, único ponto que mancha a sua memorável actuação no festival Baía das Gatas, na edição comemorativa dos 40 anos deste que é o maior show municipal de Cabo Verde.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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