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Promotores confiantes no impacto social e cultural do “África Mesté D’Bô” – Encontro Internacional de Capoeira 

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Os promotores da  1ª edição do África Mesté D’ Bô – Encontro Internacional de Capoeira, realizado em São Vicente de 13 a 16 de junho – o professor Djé Lima e o graduado Enio Martins- acreditam que esta iniciativa terá impacto social e cultural na ilha. Isto porque, para além de promover a arte da capoeira, esperam os valores e princípios que vão ser difundidos sejam levados para a vida. 

Em conferência de imprensa de apresentação deste certame, o professor Djé Lima começou por contar a história sucinta da Associação de Capoeira Liberdade de Expressão, que chegou em São Vicente em abril de 2022, com o mestre Carlos Xexé, e do qual foi um dos primeiros professores formados. Relativamente ao evento “África Mesté d’ bo, garantiu que fala essencialmente de capoeira e é um convite à reconexão com a mãe África, com a nossa ancestralidade. 

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“Este evento nasceu de um sonho de dois amigos, eu e o Enio, que estamos a gora a colocar em pratica”, detalhou o graduado Énio, para quem, volvidos mais de 20 anos, este encontro vai mostrar aquilo que defendem ser a capoeira. “É este o conceito de África Mesté D’Bô. A escolhidos convidados foi feita de forma cuidadosa, para fazer jus ao propósito deste encontro internacional. Teremos aqui mestres consagrados e reconhecidos em várias partes.”

Destaca, a título de exemplo, os mestres René (Salvador da Baía – Brasil), Ediandro (Barcelona), Careca (Portugal), Capacete (Itália), Xexéu (Cabo Verde), os contra-mestres Sapo (S. Tomé) e Alfinete França), os professores Masamba (Moçambique) e Didy (Sal), e ainda Gamal (Ativista Cultural).  “Tivemos em conta a preocupação com o impacto social do trabalho que vem sendo feito na academia e a forma de o projectar para a sociedade. O professor Dje trabalha com adolescentes e adultos, que levam os valores e princípios aprendidos aqui para a sua vida lá fora. Acreditamos que este evento traz pessoas que aqui vão deixa muita coisa porque, para além da capoeira, pensamos no lado humano.”

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Intercâmbios com os mestres

Neste sentido, haverá intercâmbios culturais com os mestres, sendo que, basicamente, o conceito é trazer a capoeira e fazer a reconexão com a ancestralidade, na ideia de uma África que deu e continua a para a humanidade. “Muitas vezes temos a imprensa de que a sociedade olha para a capoeira como algo de fora, mas nós temos a certeza de que ela é nossa. Gosto da ideia defendida por alguns mestres que dizem que a capoeira nasceu no Brasil, porém é uma arte afro-brasileira. Foi gerado em Africa e nasceu no Brasil”, diz Djé, sublinhando que a capoeira é intrínseco também aos cabo-verdianos. 

As atividades deste encontro de capoeira terão como palco principal o “Kilombo”, localizado no Clube Náutico do Mindelo, mas haverá ramificações nas comunidades de São Pedro e Salamansa, na Ribeira Bote e em diferentes escolas da ilha de São Vicente. “Acreditamos que iremos fazer diferença e os mestres, que são de valores reconhecidos, vão agregar também a nível social porque, para além dos jogos, vamos conversar sobre a oralidade e a parte africana da capoeira. Também vamos abordar o papel dos escravos que passaram por Cabo Verde e que levaram esta arte para às Américas.”

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Em suma, diz, a capoeira não é apenas uma manifestação física. É também cultural. De referir que os mestres desembarcam em São Vicente a partir de quinta-feira e o encontro arranca com uma exposição de fotografias de Mário Soares. Do programa constam ainda rodas de capoeira e troca de graduações. gastronomia e a música tradicional também farão parte deste evento internacional de capoeira.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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