Assinala-se hoje dia 18 de Abril o 99º aniversário da saída do hidroavião Lusitânia da Cidade da Praia (às 7h 55 minutos) para Brasil, naquela que foi a etapa mais difícil da primeira travessia aérea no Atlântico efectuada em 1922 pelos pilotos portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Antes de chegarem ao Brasil tiveram que pousar em Rochedos, nos Penedos, após um voo de 11:21 entre céu e mar devido ao mau tempo e por terem enfrentado enormes constrangimentos. Refira-se que no dia 17 de Abril de 1922 a Lusitânia partiu de S. Vicente para Praia (Santiago) para depois seguir a partir dali para a epopeia que o levou até o Brasil.
Yara dos Santos, o ponto focal na cidade da Praia do projecto de divulgação das atividades dos 100 anos da primeira travessia aérea no Atlantico Sul entende que esse acto de bravura “significou e ainda significa”, inspiração para as pessoas acreditarem nos seus sonhos, sempre com espírito de vitória. Para ela, esse acontecimento constitui também uma “inspiração” para os países levarem à prática parcerias global e mutuamente benéficas, fundamentais para o desenvolvimento sustentável e inclusivo pretendido.
“Cabo Verde e Portugal estão unidos por laços históricos, culturais e linguísticos, daí que a Associação Lusitânia 100, liderada por João Ferreira, e ‘Cabo Verde, Caminhos da História’ resolveram juntar esforços para promoverem uma ampla divulgação da travessia, que terminou com sucesso no Brasil a 17 de junho de 1922”, realça a fonte.
Yara dos Santos, que é escritora e Relações Públicas de profissão mostra-se determinada a tudo fazer e dar o melhor, juntamente com Carlos Monteiro, ponto focal em Vicente, mostrar a importância da passagem de Gago Coutinho e Sacadura Cabral por Cabo Verde. É que, lembra, essa aventura constituiu uma grande conquista portuguesa e contribuiu para a inserção de Cabo Verde na rota da aviação internacional.
Segundo Yara dos Santos, as ações para divulgação do Centenário da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul obedecem a um plano global de comunicação promovido pela Associação Lusitânia 100. Fez saber que serão realizadas várias iniciativas culturais, científicas e pedagógicas nas escolas relacionadas com a efeméride, com o objetivo de despertar e reforçar nos jovens o gosto pela inovação, as áreas tecnológica e científica, bem como realizar também os seus feitos.
De igual modo, várias outras iniciativas serão realizadas para divulgar e recordar o exemplo inspirador de Gago Coutinho e Sacadura Cabra ao mundo pelo que, no entender da ponto focal do projecto na Cidade da Praia, almeja-se unir ainda mais, as pessoas e Portugal, Cabo Verde, Espanha e Brasil, países que partilham o oceano atlântico com toda a sua riqueza e biodiversidade.
O projecto de divulgação e promoção da Travessia da parte de Cabo Verde – intitulado “Caminhos da Historia” – surge de uma iniciativa do jornalista e investigador sociocultural cabo-verdiano Ildo Rocha Ramos Fortes.
João A. do Rosário