O barulho provocado por cães em frente à sede da associação Simabô, em Alto Titino – Chã d’Criket, está a aniquilar o sossego da cidadã Nilza Barros, que iniciou uma luta para recuperar a sua tranquilidade. Afectada pelo latido dos animais, que diz ser durante todo o dia e principalmente de madrugada, Nilza Barros já recorreu à Câmara de S. Vicente e não descarta a hipótese de levar o caso às instâncias judiciais. É que, apesar dos contactos com a autarquia, a situação continua igual, pelo que resolveu consultar um advogado para saber dos seus direitos e poder dar andamento a um processo.
“São sete ou oito cães que atormentam a minha vida. Latem a toda a hora e por qualquer motivo e, como a rua é muito estreita, parece que estão dentro da minha casa”, descreve essa mulher, que é hipertensa e diz ficar com o estado emocional descontrolado sempre que não consegue dormir.
Segundo esta fonte, a situação acontece desde que a organização instalou a sua sede administrativa nessa rua, mas inicialmente tentou aguentar e evitar entrar em conflito enquanto vizinha. Porém, Nilza Barros diz ter chegado ao ponto de ruptura, pelo que está disposta a “tudo fazer” para resgatar o sossego.
“Esta situação está a afectar os vizinhos de uma forma geral, mas eu resolvi assumir esta luta. Além do mais fiz aqui a minha casa, tenho um apartamento de aluguer, mas os inquilinos já não suportam o latido dos cães e resolveram sair. Tenho receio de alugar o espaço a outra pessoa porque provavelmente não vai também aguentar”, revela Nilza Barros, para quem o seu investimento está também em perigo.
Abordada pelo Mindelinsite, Sílvia Punzo, presidente da SiMaBô, nega, em primeiro lugar, que são sete ou cães que estão neste momento a frequentar a rua onde a associação tem a sua sede. Assegura que apenas dois cães costumam estar nessa área e, na sua perspectiva, latem tal qual outros animais da sua raça. “Se têm água e comida não ladram muito mais do que o normal. Para mim, não é algo inaceitável”, considera essa italiana, que faz questão de acrescentar que esses cães são de rua.
“São dois cães de rua e mansos. É verdade que antes não tínhamos cães à porta, mas surgiram esses dois. Antes eram 4, apareciam e desapareciam e agora são apenas esses dois, que são filhos de cadelas não castradas”, explica a responsável dessa organização, acentuando que a ilha de S. Vicente está repleta de animais na rua, que são abandonados pelos donos.
Segundo Sílvia Punzo, nunca foi abordada por Nilza Barros sobre a referida situação. Diz, entretanto, que foi convocada para comparecer na Câmara Municipal e ficou a saber pela administradora do canil qual era o assunto. Adianta que ela e a funcionária foram para a CMSV, aguardaram por cerca de uma hora e 15 minutos, mas nunca foram atendidas. “Até hoje não consegui falar com a pessoa que pediu a minha presença.”