Tamara Klink, jovem velejadora brasileira solitária deverá entrar ainda hoje, ao final do dia, na baía do Porto Grande naquela que será a última escala antes de cruzar, sozinha, o segundo maior oceano do mundo a bordo do Sardinha, um veleiro de pouco mais de 8 metros de comprimento, rumo a Recife no Brasil. A aventureira dos mares será recebida na Marina do Mindelo por um representante do Ministério do Mar.
A jornada de Tamara, brasileira de 24 anos, começou em setembro de 2020, na viagem entre Noruega e França, através de uma zona marítima de intenso tráfego de embarcações de grande porte e de barcos pesqueiros. A decisão surgiu de repente, quando ela resolveu comprar um pequeno barco e regressar à França, onde estuda engenharia naval, numa viagem solitária. Sequer o pai, Amyr Klink, considerado o maior navegador brasileiro e que chegou a atravessar o Atlântico num barco a remo, sabia dos planos da jovem. “Lembro-me que na hora só consegui dizer ‘oh loco'”, recorda Amyr. Só quando a “ficha caiu” é que o pai resolveu dar alguns conselhos à filha, ciente dos riscos que ela iria correr em mar alto. “Agora sei o que a minha mãe sentia quando eu partia”, confessou o navegador à página histórias do mar.
Esta nova aventura de Tamara Klink, quatro vezes maior do que a anterior, teve início no porto de Lorient, França, com escalas em Espanha, Portugal, Ilha da Madeira e, por último, Cabo Verde, para descansar e aguardar melhores condições do tempo, antes de seguir adiante, para uma etapa prevista para durar entre 20 e 25 dias.
Filha de um conceituado navegador, diz nota do Ministério do Mar, Tamara está mais que habituada a estas façanhas, tendo participado, com a família, em sete viagens até a Antártica, a primeira delas quando tinha apenas oito anos de idade.
Tamara Klink será recebida na Marina do Mindelo por um representante do Ministério do Mar.