Os tripulantes navio Praia d’ Agua estão contra o embarque este sábado de um novo comandante, conforme pretende a direcção da Cabo Verde Interilhas, por desrespeitar o Plano de Contingência da empresa, que os mantém “presos” a mais de dois meses na embarcação. Dizem que o escolhido reside no concelho da Praia, epicentro do novo coronavirus no país, o que constitui um risco de uma possível disseminação da pandemia a bordo do navio. A empresa tranquiliza estes colaboradores, dizendo que o novo comandante já foi submetido a teste de despiste da Covid-19 e os resultados deverão ser conhecidos esta sexta-feira.
Ao Mindelinsite, esses tripulantes relataram que faz quase dois meses desembarcam nos portos de Cabo Verde por forma a evitar contactos com outras pessoas, o que acarretaria um grande risco caso o vírus for levado a bordo, onde a convivência é muito próxima e dificilmente poderiam cumprir as recomendações de distanciamento determinadas pelas autoridades sanitárias e pela própria empresa. Entretanto, para a sua surpresa e, principalmente medo, foram informados que este fim-de-semana teriam um novo comandante, residente no concelho da Praia.
“O comandante actual, que vinha assegurando as ligações entre as ilhas vai desembarcar, possivelmente este sábado, e será substituído por um colega da Praia. O problema é exactamente este. O novo comandante reside no concelho do país onde o vírus está muito activo. É um risco enorme, tendo em conta que ele pode estar infectado, ainda que assintomático. Estamos a cerca de dois meses a consentir enormes sacrifícios, que agora podem ser em vão caso este venha a trazer o vírus para a embarcação”, relatam.
A situação é ainda mais complexa porque, pontuam, o navio Praia d’ Aguada está a operar sobretudo na região Sul do país, mais precisamente nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava. Acreditam que, sempre que o navio aportar no Porto da Praia, o comandante vai manter-se a bordo e, com isso, vai expor os restantes tripulantes. Sacam do Plano de Contingência do ETE Cabo Verde, que engloba a CVI que destaca como níveis de risco de exposição num navio, de entre outros, viagens com um companheiro doente, a partilha de cabine e a coabição com com colega doente.
Em relação à estas preocupações dos tripulantes, a CVInterilhas informa que se trata da rendição de um comandante que tem de ser feita pela necessidade de rotação. “O receio da tripulação está relacionada com o facto do novo comandante ser residente na Praia e regressar ao seu navio após gozar o seu período de férias numa ilha contaminada. Contudo, os procedimentos sanitários exigem um teste COVID-19 negativo que o comandante substituto já realizou ontem, aguardando o resultado, condição para obter a respetiva autorização do IMP, ficando assegurada a proteção da tripulação”, explica a empresa.
Em jeito de remate, a CVInterilhas informa ainda que o comandante substituído, que fez as férias do habitual comandante de Praia D’Aguada, embarcará diretamente em um outro navio não pertencente à frota da CVInterilhas.
Estando a ilha de Santiago ainda em Estado de Emergência, creio que ninguém da ilha deve seguir em viagens. Corrigem-me se eu estou errada.
Até quando estaremos a confundir “há” e “a”????????