Três das 60 famílias inscritas no programa de reforço familiar em Monte Sossego, dirigido pela Aldeias SOS, começaram a beneficiar do sistema de bolsa virtual comunitária, que consiste em troca de serviços/produtos em vez do uso de dinheiro pelos beneficiários. As referidas famílias apresentaram as suas solicitações à Associação Alto Bomba Unido, antena e parceiro-chave da implementação do programa da referida instituição, tendo um dos interessados ofertado uma cama de ferro, uma janela e utensílios de alumínio em troca de 150 blocos e 6 sacos de cimento para poder construir uma nova casa-de-banho na sua casa.
Outra inscrita recebeu 150 blocos em troca de uma cama-de-casal, enquanto a representante da terceira família disponibilizou um lavatório grande e recebeu silicone, sacos de cimento, um lavatório pequeno e uma tampa de sanita. Enfim, cada uma das famílias deu o que tinha para receber o que precisava.
Segundo a assistente-social Noémia Lopes, essa troca é feita mediante a oferta de materiais ou serviços com custos equivalentes. “Se, por exemplo, alguém recebe um produto avaliado em 10 mil escudos e quer oferecer o serviço de limpeza, este serviço terá que equivaler a esse valor”, ilustra.
As três famílias que deram o pontapé de saída são as que já têm os documentos de inscrição completos na localidade de Monte Sossego – que incorpora as zonas de Alto Bomba, Cavoc Vermelho e Trás d’Cemitério -, mas a Aldeia SOS espera para breve o envolvimento dos restantes núcleos. Noémia Lopes lembra que a bolsa de trocas virtual comunitária é uma das ferramentas do programa de Reforço Familiar – Melhorando a situação das crianças da cidade do Mindelo através da capacitação parental e empoderamento económico das famílias”.
A bolsa virtual, que funciona na lógica da economia solidária, está a ser implementada em Alto Bomba, Ribeirinha, Ribeira Bote e Fonte Filipe, as quatro comunidades-alvo do mencionado programa. Refira-se que todo o processo de troca é mediado por associações dessas comunidades, e não de forma directa.