Pub.
Social
Tendência

Trabalhadores vão pedir arresto da draga Thames por causa de salários em atraso 

Pub.

Um grupo de 12 trabalhadores de São Vicente vai entrar esta quarta-feira no Tribunal da Comarca de São Vicente com o pedido de arresto de uma embarcação devido ao não pagamento dos salários. O advogado que representa estes trabalhadores acusa a sociedade Draga Praia Mar – Cabo Verde, proprietária do draga Thames, de dever aos trabalhadores mais de seis meses de vencimento, havendo casos de pessoas com mais de mil contos por receber. 

De acordo com o advogado Armindo Gomes, a embarcação draga Thames encontra-se na ilha do Sal, onde deveria fazer uma descarga de areia, vinda de um país da costa ocidental africana. “Mais de 90% dos tripulantes, que exercem actividades na embarcação, foram contratados em São Vicente e estão sem receber os seus salários há seis meses. O barco chegou à ilha do Sal para fazer uma descarga de areia, mas sofreu uma avaria. Com isso, não consegue fazer a descarga. Os trabalhadores aproveitaram para constituir um advogado para tentar reaver os seus salários em atraso ”, denuncia.

Publicidade

O causídico admite desconhecer o destino desta areia, embora acredite que seja para a construção civil. “A questão aqui são os meses de salários por pagar. Há casos de pessoas que, pelas minhas contas, estão com mais de mil contos de salários por receber. Prometi aos trabalhadores que dava entrada a uma ação de cobrança cumulada com pedido cautelar de arresto do navio no prazo de 48 horas, ou seja hoje”, pontua, justificando a pressa dos trabalhadores com a possibilidade do navio deixar o país.

É que, diz, trata-se de um barco português que teve uma avaria no Sal. E, com isso, não consegue fazer a descarga. “Acredito que esta avaria possa ter sido provocada pelos próprios tripulantes, para poder remeter o processo para a justiça”, especula, acrescentando que estes trabalhadores já fizeram também uma reclamação para a instituição marítima na ilha do Sal.

Publicidade

O Mindelinsite tentou entrar em contacto com a referida empresa através de um número de telemóvel disponibilizado no seu website oficial. Porém, as nossas chamadas não foram atendidas, pelo que o jornal fica disponível para ouvir a versão da mesma.

Entretanto, no site www.dragapm.com, a empresa explica que o navio Thames opera em Cabo Verde na extração de areia, predominantemente no desaçoriamento dos portos do arquipélago e em zonas devidamente acordadas com as autoridades responsáveis numa colaboração constante, tendo em conta a defesa e preservação dos ecossistemas marítimos. Desta forma entende contribuir de uma forma importante para a defesa do património ambiental das ilhas, numa ação preponderante e sustentável no desenvolvimento económico e social do país. “O navio draga Thames tem a possibilidade de fornecer esta componente com qualidade, certificada e pronta a usar em qualquer construção com argamassas e betão”, afirma. 

Publicidade

Na vertente da requalificação, nomeadamente nas praias, trabalha com a reposição de areias, dotando-as de areais condignos nas zonas de lazer dos cabo-verdianos e para o necessário desenvolvimento do turismo. A empresa enfatiza ainda que, em cada ilha, existe uma real necessidade de inertes, nomeadamente a areia para a indústria de construção civil, numa quantidade suficiente, mas também em qualidade, de forma a superar a frágil barreira entre as regras básicas de segurança e as opções disponíveis. 

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo