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Trabalhadores da Atunlo despedidos descontentes com demora do INPS em pagar subsídio de desemprego

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Um grupo de trabalhadores da Atunlo procurou o Mindelinsite para manifestar o seu descontentamento com a demora do Instituto Nacional de Previdência Social em pagar o subsidio de desemprego. Dizem que estão maio em casa, primeiro para cumprir a quarentena durante o estado de emergência e, depois, despedidos. Receberam os 75% do salário referente a abril – 35% pagos pelo INPS e 35% pela Atunlo -, mas nunca viram um centavo referente ao subsidio de desemprego por despedimento. 

Estes trabalhadores conta foram suspenso durante a quarentena, com o compromisso de que seriam chamados de volta no final do Estado de Emergência. Voltaram no dia 04 de maio, mas não lhes foi permitido a entrada na Atunlo.  Três dias depois, no dia 07, receberam e assinaram a carta de despedimento. “Na altura, fomos informados na empresa que teríamos direito ao subsidio de desemprego por um período de cinco meses por causa do despedimento. Infelizmente, nunca recebemos nenhum cêntimo”, desabafa estes funcionários, na sua maioria chefes de família. 

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Desde então, relatam, quer o INPS quer a Atunlo os têm feito de ‘bola de ping-pong’. A empresa afirma que, com o despedimento, ficou livre de qualquer encargo com estes colaboradores. Inicialmente, o instituto os remetia para a empresa. Mas a situação mudou nas últimas semanas, após terem procurado os sindicatos e a Direcção Geral do Trabalho. “O sindicato classifica esta situação de abuso. Fomos falar também com um funcionário do tribunal que se ocupa das questões laborais e este tem a mesma opinião dos sindicatos. Na DGT, nos enviaram para o INPS para solicitar um documento a declarar que não temos nenhum direito. Mas recusaram nos entregar esta declaração. Aliás, desde então pedem-nos apenas para aguardar.”

O mais caricato, dizem, é que os colegas que foram despedidos desde a primeira hora estão a receber o subsidio desemprego normalmente. Significa que, nos últimos três meses receberam do INPS cerca de 39 mil escudos cada de subsidio de desemprego. “É injusto. Trabalhamos na mesma empresa, todos fomos despedidos e nós ainda não recebemos nenhum cêntimos. Estamos cansados e já batemos em todas as portas, sem resultado. Temos renda de casa para pagar, água, luz, alimentação dos filhos. Alguém que veja para a nossa situação porque não sabemos a quem recorrer!”.

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Este grupo de ex-trabalhadores desta unidade de processamento de pescado exige o pagamento urgente dos três meses atrasados – maio, julho e julho – para pelos menos honrar os compromissos. Quanto ao Atunlo, contam que, por conta da Covid-19, a empresa foi obrigada a reduzir o número de funcionário. “A empresa está a operar com cerca de metade do pessoal para poder cumprir as medidas de distanciamento. As mesas estão com pouco mais de 50 pessoas a trabalhar, quando já chegaram a ter a volta de 150 ou até mesmo 200. Entendemos a situação, mas não é fácil para nós que perdemos o nosso único rendimento”, lamentam estes trabalhadores. 

O Mindelinsite enviou algumas questões ao INPS sobre esta matéria, mas sobre o alegado atraso no pagamento do subsidio de desemprego a estes trabalhadores. Também abordou, por telefone, a delegação regional mas, até a publicação desta noticia, o instituto não tinha reagido, pelo que prometemos voltar ao assunto logo que tenhamos o feetback do INPS. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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