Um indivíduo suspeito de provocar o incêndio no estaleiro do Cruzeiros do Norte no dia 29 de outubro foi capturado pela Polícia Nacional e submetido pelo Tribunal de S. Vicente a prisão preventiva, como medida de coação. Trata-se de um homem de 36 anos de idade nascido em S. Vicente, com cadastro policial por crimes de VBG, roubos e abuso de confiança, e que terá cometido esse acto de forma premeditada.
“O indivíduo foi visto a sair do local através das câmaras de videovigilancia do Centro de Comando e na sequência foram desencadeadas diligências pela Brigada de Investigação Criminal da Esquadra de Fonte d’Inês, que conseguiu reunir provas suficientes que demonstram que o incêndio foi provocado de forma intencional”, afirma Madelino da Luz, Comandante Regional-Adjunto da PN na cidade do Mindelo. Questionado sobre a motivação, o porta-voz da Polícia Nacional evitou entrar em detalhes, justificando que o caso encontra-se agora sob alçada da Justiça. Acrescentou, no entanto, que o suspeito tem cadastro policial por cometimento de diversos tipos de delitos.
O alegado incendiário é uma das cinco pessoas detidas pela PNSV nos últimos 15 dias do mês de outubro e que foram submetidas a prisão preventiva como medida de coação. No total, a Polícia Nacional deteve nesse período 45 cidadãos, na sua maioria homens, 41 dos quais em flagrante e 4 fora de flagrante delito. Além disso apreendeu vários objectos relacionados com crimes cometidos, como armas brancas e de fogo. Madelino da Luz enfatiza que os envolvidos são suspeitos de praticar roubos na via pública e em residências.
No dia 31 de outubro, entretanto, a Polícia Nacional colocou em prática uma operação stop, que começou por volta das 18 horas e terminou na manhã seguinte. Um plano abrangente que começou de forma suave e foi intensificado durante a madrugada, altura em que a cidade do Mindelo registou uma forte movimentação devido a noite de Halloween. “Parte das detenções aconteceu justamente nesta operação, em que foram fiscalizados mais de 200 veículos”, esclarece Madelino da Luz. Nesta ação, prossegue, foram apreendidos 11 veículos por falta de seguro, inspeção e de outros documentos e detidas 6 pessoas por condução ilegal.
O citado oficial explica que desde julho que o Comando da PN em S. Vicente tinha um plano de ação delineado para vigorar até 30 de setembro. O mesmo, no entanto, ficou condicionado devido a tempestade Erin ocorrido no dia 11 de agosto e que levou o Governo a decretar Estado de Calamidade para S. Vicente. Deste modo, a PN foi integrada no serviço de proteção civil e a dar mais atenção a outras ações.
“Com o retorno de alguma normalidade retomamos as nossas operações. Com o término do plano para este verão no dia 30 de setembro iniciamos um novo, que podemos considerar como intercalar entre o término do verão e o início do plano Natal, que será em dezembro”, explica Madelino da Luz, garantindo que o Comando voltou a fazer operações diárias orientadas pelas estatísticas de casos criminais. Intervenções que acontecem em locais pré-identificados e nas horas com maior propenção ao cometimento de crimes.
Neste sentido, o Comando, segundo a citada fonte, continua atento ao comportamento de motocicilistas e ciclistas, para evitar o regresso em massa das manobras perigosas na via pública. “Desde março deste ano que a PN aumentou ações direcionadas para os motociclos e bicicletas nas estradas. Numa primeira fase contamos com o apoio de elementos das unidades especiais e de policiais motorizados. Neste momento, o Comando de S. Vicente conta com a sua própria equipa de agentes motorizados, que têm estado diariamente no terreno e a fazer um trabalho satisfatório”, comenta Madelino da Luz, acentuando que esse grupo tem permitido a apreensão de motocilos ilegais e inclusivo de veículos relacionados com crimes. “Estamos atentos porque sabemos que o comportamento inadequado de certos motocicilistas pode gerar forte sentimento de insegurança.”
Durante a conferência de imprensa realizada hoje de manhã, o porta-voz da PNSV garantiu, entretanto, que a Polícia tem acompanhado um suposto doente mental, que costuma estar pelos lados da Avenida Alberto Leite, cujo comportamento tem gerado algum desconforto nos transeuntes. Madelino da Luz explica que a PN tem agido sempre que necessário, mas ciente de estar a lidar com uma pessoa doente. Explica que quando comete actos tipificados como delito é detido e quando mostra estar descompensado é encaminhado para os serviços de saúde. Este caso, adianta, exige uma resposta multidisciplinar, nomeadamente com o envolvimento de instituições ligadas à saúde.
