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Suspeito de dois homicídios em Cabo Verde detido nos EUA 

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Um cidadão cabo-verdiano, suspeito da pratica de dois crimes em Cabo Verde e de fraude documental, foi detido nos Estados Unidos da América (EUA), conforme comunicado divulgado pela Procuradoria da República. Entretanto, de acordo com a mesma fonte, o mesmo não será extraditado para o arquipélago. 

A Procuradoria-Geral República revela na nota que, na sequência da fuga do suspeito para os EUA, “encetou contactos” com as autoridades norte-americanas, por intermédio da embaixada daquele país na Praia. “Culminaram com a detenção do mencionado cidadão no dia 10 de maio, acusado da prática de um crime de fraude documental, mais precisamente de passaporte”, lê-se no documento, sobre a situação do suspeito, que também tem nacionalidade norte-americana.

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“No âmbito do seu plano de fuga, o visado terá prestado declarações falsas perante a Embaixada dos EUA no Senegal, para a obtenção de um novo passaporte, que permitiu a sua entrada naquele país, sendo certo que o seu anterior passaporte continua à guarda do poder judicial cabo-verdiano, que lhe aplicou, como medida de coação, de entre outras, a interdição de saída do país”, prossegue.

O suspeito é ainda acusado por outros crimes e incorre, nos EUA, numa pena de até 10 anos de prisão, três anos de liberdade supervisionada e multa de até 250 mil dólares. “Por se tratar de cidadão com cidadania americana, o mesmo não será, por ora, extraditado nem julgado nos Estados Unidos pelos factos cometidos em Cabo Verde, porquanto entre os dois Estados não existe um acordo de extradição, este que teria de prever a possibilidade de extradição dos respetivos nacionais pelos crimes em causa”.

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Relativamente a uma possível extradição deste cidadão, a PGR explica que em Cabo Verde, esta encontraria “um obstáculo de ordem constitucional”, tendo em conta que o artigo 38.º da Constituição “apenas prevê a possibilidade de extradição de nacionais acusados da prática de crimes de terrorismo ou criminalidade internacional organizada, quando estes tenham sido cometidos antes da aquisição ou reaquisição da nacionalidade cabo-verdiana, o que não seria o caso”.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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