O suspeito de matar o cabo-verdiano Ademir Moreno nos Açores vai aguardar julgamento em prisão preventiva, informou ontem o jornal Notícias ao Minuto. Conforme a nota, a Procuradoria-Geral Regional (PGR) tornou público que apresentou a primeiro interrogatório judicial um homem detido por suspeita da prática de crime de homicídio qualificado. Sem especificar o nome e a nacionalidade, informa que se trata de um indivíduo acusado de matar um cidadão cabo-verdiano na cidade da Horta, numa referência ao caso do emigrante Ademir Moreno.
A PGR, acrescenta, informa que o juiz de instrução criminal aplicou a referida medida de coação uma vez que a ação do acusado, um jovem de 23 anos, pode ter sido determinada por ódio racial e porque havia o risco de perturbação da ordem e tranquilidade públicas. No seu website, a Procuradoria revelou que durante a madrugada do passado dia 17 de março, “o arguido, no seguimento de uma discussão, ao passar pela vítima, e sem que nada o fizesse prever, agrediu-a com um murro na região da frente da cabeça, fazendo com que caísse de imediato desamparada para trás, batendo com a cabeça no chão” em plena via pública, junto a uma discoteca, nos Açores.
Devido a queda, a vítima, que vivia e trabalhava na cidade da Horta, sofreu várias lesões cranianas que, segundo a acusação, foram causa direta e necessária da sua morte, que acabou por acontecer no dia seguinte.
O crime mobilizou a comunidade cabo-verdiana, que organizou uma manifestação pacífica e vigília em frente a Câmara da Horta. É que, para os participantes, o ataque foi motivado por ódio racial, o mesmo entendimento revelado pela PGR de Portugal.
A investigação continua sob a direção do Ministério Público da Horta e coadjuvado pela Polícia Judiciária dos Açores.