Os seis salva-vidas que vigiam as praias de S. Vicente pretendem entrar em greve nos dias 29 e 30 de setembro e 1 de outubro para exigir da CMSV a atribuição dos subsídios de risco e de turno e uma actualização salarial. A informação foi avançada esta manhã pelo sindicato Siacsa, que já entregou o pré-aviso de greve à Direção-Geral do Trabalho e aguarda agora um encontro de conciliação com a Câmara de S. Vicente no dia 25 de setembro.
Segundo o sindicalista Heidi Ganeto, o Siacsa tentou encetar diálogo com a autarquia sobre a situação dos nadadores-salvadores. Chegou a enviar várias notas ao presidente Augusto Neves, mas que nunca mereceram resposta. Entretanto, diz, o sindicato foi abordado pelo vereador da Proteção Civil, realizaram um encontro em julho, só que a situação continuou igual. Neste encontro, diz Ganeto, os vigilantes das praias tinham 10 pontos no caderno reivindicativo, que foram reduzidos para quatro. Destes constaram a questão dos subsídios de turno e de risco – “que nunca foram atribuídos” – e a actualização salarial do grupo.
Além disso, esses profissionais suscitaram a questão do funcionamento do beach-bar Kalimba, situado na praia da Lajinha e que, segundo Heidi Ganeto, deveria dispor do serviço de salva-vidas. A informação que lhe foi repassada por esses profissionais é que há um valor pago para a prestação desse serviço, mas não sabem dizer quem recebe o dinheiro e por que motivo o mesmo não é aplicado na segurança dos banhistas que frequentam o referido bar.
“Vamos solicitar esclarecimentos sobre esta matéria, mas não sabemos se está na alçada do IMP ou do Ministério do Mar. Quando soubermos o que se passa, vamos divulgar essa informação”, assegura Heidi Ganeto.
Segundo este porta-voz, os seis salva-vidas trabalham por turno basicamente na praia da Lajinha, quando S. Vicente é uma ilha repleta de praias frequentadas, como, por exemplo, S. Pedro, Salamansa, Baía das Gatas e Calhau. Adianta que o pessoal é colocado nessas zonas balneares nos fins-de-semana e, quando isso acontece, trabalham 12 horas seguidas.
A greve foi agendada para finais de setembro, uma época baixa em termos de frequência da praia da Lajinha. Heidi Ganeto explica que isso só acontece agora porque ficaram à espera da resposta do vereador da Proteção Civil, que prometeu levar o caso dos salva-vidas ao edil da CMSV e regressar com uma proposta. Coisa que até agora não aconteceu, daí terem decidido agir.