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Resultado da Afrosondagem coincide com percepção do Observatório da Cidadania sobre descrédito das instituições públicas em C. Verde

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O resultado do estudo da Afrosondagem sobre a qualidade da democracia em C. Verde coincide com a percepção captada no terreno pelo Observatório da Cidadania Activa, que aponta para um profundo descrédito das instituições do Estado junto dos cidadãos. A conclusão é do jornalista Orlando Lima, presidente deste organismo, que vê a elevada taxa de abstenção registada nas eleições autárquicas como uma consequência desse divórcio entre a sociedade civil e a classe política.

“A taxa de abstenção confirma ou reconfirma a realidade que, infelizmente, essa sondagem nos retrata”, reforça esse activista, que faz notar a tendência do aumento da abstenção a cada ciclo eleitoral em C. Verde. A seu ver, é o próprio comportamento dos políticos que acaba por desiludir as pessoas, nomeadamente com o tipo de linguagem usada nas sessões parlamentares. “Vemos determinadas atitudes que nos deixam decepcionados e esperamos que a classe política tenha isso em devida conta.”

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Este e outros aspectos serão abordados num encontro hoje a tarde com a sociedade mindelense proposto pelo Observatório da Cidadania Activa e a Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC), no pátio do Centro Cultural do Mindelo. A conversa aberta vai versar sobre “Os direitos humanos e o exercício da cidadania- Desafios e conquistas“. Um tema bastas vezes abordado, mas que, na óptica do jornalista da RCV, precisa continuar na agenda para reforçar a mensagem da defesa e promoção dos direitos humanos.

Na sua análise, Cabo Verde registou conquistas nestes anos de independência, como a liberdade de expressão, o acesso à educação e à saúde. No entanto, acha que há aspectos que precisam ser reforçados, mesmo nas áreas com melhorias. Em relação à educação, por exemplo, entende que precisa ganhar qualidade e ser mais inclusiva.

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Sublinha, no entanto, que o país precisa dar uma atenção especial ao sector da Justiça, que tem sido alvo de muitas reclamações, apesar dos esforços do ministério em digitalizar os procedimentos. Acentua que o cidadão precisa sentir uma aproximação real com a área da justiça.

O encontro de hoje deverá reunir no CCM a sociedade civil mindelense, instituições e organismos privados para um debate sobre o exercício da cidadania activa e eleitoral em C. Verde. Deve servir para apontar pistas para o reforço da intervenção do Observatório da Cidadania Activa e da Comissão Nacional dos Direitos Humanos em 2025.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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