A enfermeira Maria Margarida comemorou ontem a publicação da sua reforma no Boletim Oficial, quase dois meses após uma notícia do Mindelinsite que retratou a sua indignação pela demora na resolução do seu processo. Feliz com o fim desse “calvário”, a Enfermeira Magui, como é conhecida, enfatizou que isso não teria sido possível neste momento sem o “excelente trabalho” do jornal Mindelinsite.
“Tenho de agradecer o vosso profissionalismo e o excelente trabalho que fizeram. Se não fosse isso tenho a certeza que o meu processo ainda estaria a mofar e eu a trabalhar e a descontar de forma injusta”, considera Maria Margarida.
Segundo esta profissional da saúde, quando disse que ia expor o seu caso ao jornal várias pessoas lhe disseram que isso não iria resolver nada. “Mas eu estava convencida do contrário, e fui. Hoje tenho a minha reforma, posso dizer, graças ao vosso trabalho”, afirmou ontem num contacto telefónico com a redação deste diário digital, enquanto celebrava essa “vitória” com familiares e amigas.
Desde a semana passada que Maria Margarida, 61 anos, estava à espera do Boletim Oficial que viria mudar a sua vida. Fez várias consultas, mas nada. Ontem, disse, chegou a abrir o BO por 3 vezes quando ainda estava a trabalhar. Ao regressar à casa, diz, teve uma forte intuição e voltou a procurar. Nesse mesmo instante recebeu a chamada telefónica da filha “eufórica” a dar-lhe a notícia. Mas ela quis ver isso com os próprios olhos para acreditar de vez que estava realmente reformada.
“Hoje posso dizer que me sinto privilegiada porque muita gente trava uma luta terrivel para ver os seus direitos laborais respeitados, após dedicarem a sua vida ao trabalho. E isto não está correcto”, comenta Magui, que concluiu ontem o seu último dia de trabalho no Hospital Baptista de Sousa, em S. Vicente. A enfermeira Magui prestou 35 anos de serviço neste estabelecimento público. Frisa, no entanto, que deviam ser 34 anos de trabalho e deveria ser reformada aos 60 anos de idade. Mas, apesar de ter acionado o seu processo de aposentadoria, ultrapassou o tempo legal e continuou a fazer descontos no salário.
O processo, assegura a enfermeira, foi encaminhado pelo HBS para o Ministério da Saúde, na cidade da Praia, e foi como entrar num buraco negro. A partir desse instante ficou praticamente impossível saber como o caso estava a andar. E de nada lhe valia os vários contactos com o serviço dos Recursos Humanos do HBS, os funcionários do Ministério da Saúde e com a Direção Nacional da Administração Pública, na cidade da Praia. Indignada, resolveu expor a sua situação ao jornal Mindelinsite no passado mês de março, na esperança que isso ajudaria a resolver o seu caso.
A notícia foi publicada no dia 11 de março e de imediato a redação do jornal foi abordada pela própria directora da DNAP, que prometeu averiguar o caso. Três dias depois, Sofia Lima remeteu um esclarecimento ao Mindelinsite com informações cronológicas sobre o processo e reconheceu o direito que assiste aos funcionários de terem um processo de aposentadoria célere. Em menos de dois meses, a reforma da Enfermeira Magui saiu no Boletim Oficial.