As localidades da Salamansa, S. Pedro e Calhau vão passar a dispor da presença permanente de um enfermeiro pelo período mínimo de seis meses graças a um protocolo assinado ontem entre a Delegacia de Saúde e a Câmara de S. Vicente. Como explica o médico Elísio Silva, essa medida vai permitir um acompanhamento mais de perto da condição sanitária da população dessas zonas limítrofes e qualificar as antigas unidades sanitárias de base agora em postos de saúde.
“É importante termos enfermeiros disponíveis nessas localidades porque passam a conhecer mais de perto a realidade de cada agregado familiar e passar o sentimento de maior segurança aos habitantes”, entende o DS de S. Vicente, que tem estado a levar equipas médicas compostas por clínico geral, nutricionista e ginecologista para essas localidades há cerca de cinco anos. Depois, segundo Elísio Silva, passou a incorporar as farmácias, para possibilitar a venda de medicamentos nesses pontos afastados.
Para Elísio Silva, esse protocolo surge numa altura sensível e a presença de enfermeiros bem formados pode ajudar as autoridades sanitárias a tomarem medidas mais rapidamente em caso de alastramento da pandemia da Covid-19.
A assinatura desse protocolo é mais uma prova da preocupação que a CMSV tem tido com o sector da saúde, segundo Augusto Neves. O edil mindelense adianta que a Câmara que preside tem estado a colaborar com a Delegacia de Saúde há algum tempo, mas nunca fez questão de divulgar essa parceria. “Há mais de três anos que a CMSV tem vindo a assumir o vencimento de oito jovens que trabalham em toda a ilha na prevenção da saúde, dando acompanhamento a pessoas que padecem de hipertensão, diabetes, etc.”, ilustra Neves, que enalteceu a cumplicidade havida entre a CMSV e a Delegacia de Saúde de S. Vicente, que permitiu, nomeadamente, avançar com as obras de ampliação do hospital Baptista de Sousa. Outra medida em curso é a construção do Centro de Saúde de Monte Sossego, cujo projecto já foi aprovado e aguarda o arranque efectivo da obra.
Com a colocação de um técnico de saúde permanente nessas localidades, as unidades sanitárias passam para a categoria de posto de saúde. Mas, para Augusto Neves, o passo seguinte será estabelecer centros em cada um desses locais.