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Proprietários de apartamentos preocupados com vandalismo e sujeira na garagem do Condomínio Verde Cara

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Alguns moradores de apartamentos no Condomínio Verde Cara, localizado na zona da Matiota em São Vicente, procuraram o Mindelinsite para expressar a sua preocupação sobre o estado da garagem do edifício, que neste momento está com todas as janelas quebradas e foi transformado em sanitário. Dizem que em causa está a sua segurança, mas também a imagem daquele que já foi o prédio mais alto da ilha e que agora, durante a noite, serve de moradia para desabrigados, para consumo de droga, lixeira e também para prostituição.

Localizado numa das zonas mais exclusivas de São Vicente, o condomínio tem 43 apartamentos, distribuídos por 13 pisos. A maioria dos apartamentos foi adquirido por emigrantes como moradias temporárias, sobretudo durante as férias e períodos festivos, quando se deslocam à ilha. Mas há também uma empresa que aluga pelo menos dois apartamentos para alojar colaboradores vindos do exterior para trabalhar no Mindelo.

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“Comprei o apartamento neste condomínio ainda estavam a construir o edifício, há mais de 12 anos. Boa parte das moradias foram adquiridas por emigrantes, que usam os apartamentos como residências temporárias. O edifício está bem localizado e as casas são boas. A nossa preocupação é sobretudo com a garagem do edifício, que está completamente vandalizada. As janelas foram quebradas e as pessoas entram aqui para fazer as suas necessidades fisiológicas, mas também para usar drogas e prostituição”, denuncia um morador, que prefere não se identificar por temer represálias.

Aliás, diz, está neste momento em São Vicente de férias, mas não sai de casa por medo. “Estamos trancados nos apartamentos. Quando saímos, regressamos sempre de táxi e os motoristas têm de aguardar até entrarmos no edifício porque aqui é uma zona complicada. Alguns moradores já foram atacados aqui por drogados e também por prostitutas. Por causa disso, alguns emigrantes estão há anos a tentar vender os apartamentos, sem sucesso. Algumas pessoas mostram-se interessadas, mas, quando chegam aqui, acabam por desistir por causa da imagem do edifício”, desabafa.

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Garagem do edifício limpa depois de ter sido transformada em depósito de lixo

Os moradores revelam que por diversas vezes já relataram as suas preocupações ao proprietário do prédio, tendo em conta que o vandalismo é na garagem do edifício. “Há cerca de cinco anos as janelas começaram a ser vandalizadas. A primeira janela, conforme o próprio proprietário revelou-me, foi quebrada por uma prostituta, que estava à procura de um lugar para se encontrar com um cliente. Desde então a situação está cada vez pior. Recentemente, após muita reclamação, este mandou limpar o lixo, mas fizeram montes que nunca foram recolhidas e o cheiro é nauseabundo”.

Proprietário recusa substituir vidros partidos

De acordo com os moradores, o proprietário recusa-se a substituir os vidros partidos e a limpar o espaço, alegando que este será novamente vandalizado. “Alguns moradores sugeriram colocar blocos de cimento nas aberturas, assumindo todos os custos, mas o proprietário recusou. Este alega que está à procura de comprador para o espaço, mas o preço exigido é excessivo e não encontra interessado. Enquanto isso, estamos aqui expostos ao perigo e a sofrer com a sujidade, o mau cheiro e com a imagem degradada do edifício”, desabafa um outro morador.

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Todas estas informações são confirmadas por um outro colaborador ou “faz-tudo” do prédio, que alega que o proprietário do edifício foi notificado desde a primeira hora da situação da garagem do condomínio, mas este alega que é responsabilidade da Câmara Municipal de São Vicente a limpeza do espaço. Esta, porém, alega que se trata de um edifício privado, pelo que compete ao dono garantir a limpeza e funcionamento do mesmo.

Inconformados, os moradores procuraram a Associação para Defesa dos Consumidores (Adeco), mas esta diz que não conseguiu contactar o proprietário. Por isso, resolveram denunciar o estado da garagem do edifício à imprensa para ver se alguém de direito “tome a dianteira” de obrigar o proprietário a limpar e “tapar” as janelas do prédio.

Contactado por este diário digital para reagir às denúncias dos moradores, o proprietário do Condomínio Verde Cara remeteu-se para uma possível reacção depois da divulgação da notícia. “Sobre esta matéria, não tenho nada a acrescentar. Entretanto, após a publicação na notícia, posso solicitar o direito de resposta, se entender que devo fazer o contraditório.”

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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