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Organização de Feira da Saúde faz balanço positivo: Seis pessoas encaminhadas para as estruturas de Saúde 

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A organização da Feira de Saúde, que decorreu no Centro de Apoio Psicossocial da Ribeira Bote, faz um balanço extremamente positivo do certame. Foram atendidas muitas pessoas e pelo menos seis foram encaminhadas para as estruturas de saúde devido a hipertensão e diabetes, que sequer sabiam do seu estado de saúde, tendo em conta que são doenças silenciosas.

A feira de Saúde da Ribeira Bote foi uma atividade conjunta entre a Liga Contra o Cancro e a Região Tour, que convidaram outras instituições. Para a médica Conceição Pinto, foi um dia muito produtivo. “É sempre bom poder ajudar as pessoas a cuidarem da sua saúde e evitarem comportamentos de riscos no caso das doenças crônicas como diabetes, hipertensão e cancro. Existem muitos factores de risco que são comuns à estas doenças então foi uma oportunidade para partilhar informações sobre elas, como evitar comportamentos de risco e também como reconhecer os seus sinais.”

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Exatamente por isso, segundo a médica, ensinaram as mulheres a fazerem o auto-exame de mama porque, disse, quando se habituam a fazer o toque conseguem detectar qualquer anomalia precocemente. “A afluência na feira foi crescendo ao longo do dia. Infelizmente, não havia condições para exames directos, pelo que trouxemos alguns modelos de seios para ensinar as mulheres a fazerem o auto-exame de forma correta. Na próxima semana vamos regressar para fazer as citologias – fizemos agora apenas as marcações – e teremos mais privacidade para fazer todos os exames”.

Conceição Pinto aproveitou para destacar os casos de pessoas com hipertensão arterial e níveis elevados de açúcar, doenças que afirma são frequentes em Cabo Verde e que, muitas vezes, as pessoas sequer percebem que são afectadas. “Em todas as feiras de saúde aparecem pessoas com hipertensão e diabetes. Estas duas doenças ocorrem durante muito tempo sem que as pessoas saberem. Por isso, o balanço que a Liga Contra Cancro faz um balanço muito positivo.” 

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A médica Emily Santos concorda com a colega Conceição Pinto. A entrevistada justifica dizendo que, no seu caso, atendeu pessoas que nunca tinham feito um exame de citologia. “O interesse da Liga em estar aqui era por isso. Era uma dívida que tínhamos: vir aqui fazer as citologias. Times marcações de mulheres na faixa entre os 30 e os 60 anos que nunca fizeram uma citologia, sendo esta a idade ideal para se fazer este tipo de exame. E muitas dessas pessoas têm um historial de cancro na família, embora não do colo do útero. São mulheres que já tiveram na família casos de cancro de mama e digestivo. Por isso estamos satisfeitos e fazemos um balanço altamente positivo desta atividade.” 

Emily relata ainda o caso de uma mulher que atendeu e que apresentava uma tensão arterial altíssima. “Estamos em uma comunidade onde as pessoas realmente têm a saúde um tanto descuidada. Não têm tempo para cuidarem de si mesmo. Por isso, se pudermos fazer um pouco, da-mos por satisfeitos.”

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Foram mais de quatro horas com equipas de médicos, enfermeiros e técnicos de Saúde da Liga Contra o Cancro, da Verdefam e da Delegacia de Saúde a fazerem despistes de tensão arterial, diabetes e HIV, consultas de oftalmologia e marcações de citologias, que serão realizadas na próxima semana, e ainda a passar informações sobre diversas doenças. “Estávamos à espera de uma afluência maior, mas esta é uma zona complexa. É preciso mentalizar as pessoas”, declarou o enfermeiro Carlos Silva, da secção de diabetes onde foram preenchidas pelo menos duas folhas de presença.

Para este funcionário da Enapor, que se disponibilizou para apoiar esta atividade, a feira de saúde cumpriu o seu objectivo porque conseguiram passar informações e descobrir pessoas que sequer tinham conhecimento que são hipertensos ou diabéticos. “Fizemos o encaminhamento de seis pessoas, que não tinham conhecimento da sua condição, para consulta. Estas garantem que não têm qualquer sintoma. São doenças silenciosas e, muitas vezes, as pessoas só procuram os médicos quando começam os sintomas. É preciso mudar este comportamento”, adverte Silva.  

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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